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Segunda-Feira,22 de Setembro

Universitária impedida de viajar vira caso de polícia em Brasília de Minas

Jornal O Norte
Publicado em 12/05/2006 às 11:21.Atualizado em 15/11/2021 às 08:35.

Fernando Almeida


Correspondente



BRASÍLIA DE MINAS -  A estudante universitária Vanessa Alves Pereira foi impedida de viajar para Montes Claros, onde faz faculdade. O fato aconteceu quarta-feira, 10, na saída do coletivo Universitário de Brasília de Minas para as faculdades montes-clarenses. A polícia foi chamada e o caso teve grande repercussão na cidade, principalmente entre os estudantes. 



Segundo Luciana Santos Mota, tesoureira da Associação Brasilminense dos estudantes universitários – ABEUNI, a decisão de suspender a estudante por dez dias úteis aconteceu porque houve uma solicitação formal de outra estudante associada, alegando que estava sendo insultada dentro do ônibus durante a viagem a Montes Claros. Isso, por causa de uma rivalidade particular das universitárias. Segundo ela, o caso não precisou nem de uma convocação de assembléia geral para que chegasse a uma decisão, porque as provocações vinham acontecendo desde o ano passado. 



O presidente da ABEUNI, José Luiz Vieira de Aquino, diz que a direção tem o direito de tomar decisões que venham garantir a tranqüilidade dos estudantes durante a viagem. Ele diz ainda que a suspensão aconteceu porque a estudante é reincidente de desordem dentro do coletivo escolar. O presidente disse que no sábado, 06, a universitária recebeu em sua residência o documento de suspensão, mas não quis assinar a notificação. Já na segunda-feira, 08, ela assinou o documento dentro do ônibus e, a partir de então, seria aceito recurso em até 24 horas, só que ela não o fez. Assim estaria impedida de viajar. Mas na terça-feira, 09m a estudante desobedeceu a decisão e entrou no ônibus:



- Nós então chamamos a polícia, mas os policias não poderiam retirá-la do veiculo e a diretoria também não quis fazer, aí resolvemos viajar normalmente, mas na quarta-feira, eu conversei com a promotora de justiça e ela me disse que nós, dentro do que nos permite o estatuto, poderíamos barrar a associada, mas a polícia estaria no ponto do ônibus para manter a ordem. Assim aconteceu.



Segundo o presidente, cabe à direção da associação tomar esse tipo de decisão. Ele afirma que não é necessário convocar assembléia geral, pois esses direitos são conferidos pelo estatuto, que é do ano de 1.992. Ele diz ainda que a presidência anterior tentou mudar o estatuto da ABEUNI, mas o novo não foi aprovado e que esse de 1.992 permite à diretoria tomar essas decisões, no intuito de manter a ordem e a tranqüilidade dos universitários.



Segundo o tenente Pires, houve um pedido da promotoria para que a polícia estivesse presente ao local, garantindo a integridade física dos envolvidos, já que a estudante suspensa insistia em viajar e a direção da associação iria barrá-la. Segundo o tenente, a documentação foi analisada pela promotora e estava de acordo com as normas do estatuto. Assim a garota não poderia entrar no ônibus, pois a suspensão era válida. Mas ele lembra que a polícia não poderia impedir a aluna de entrar, isso cabia apenas à direção da associação.



De acordo com ele, a policia não poderia tirar a estudante de dentro do ônibus se ela já tivesse entrado, mas que se alguém o fizesse e acontecendo algum delito criminal, a policia agiria para garantir a ordem pública. O tenente Pires diz que, no dia anterior, a polícia também havia sido chamada, mas a aluna já estava dentro do coletivo e, assim, nada poderia ser feito pela autoridade policial.



A universitária alega estar sendo vítima de marcação:



- O presidente está de marcação comigo. Ele pegou um assunto particular e resolveu tomar essa decisão. Eu também mandei um ofício para a direção, pois também sou vitima de pirraças. Todos os estudantes estão vendo isso. Por que não punir as duas pessoas? Ele está fazendo abuso do poder, e disse que eu não viajar seria uma questão de honra.



Segundo Vanessa, dois estatutos estão sendo usados pela diretoria:



- No início do ano, o presidente distribuiu o novo estatuto para alguns estudantes e disse que ele estaria em vigor, só que no dia que aconteceu isso comigo, ele já disse que o estatuto de 1.992 é que estava em vigor, pois esse lhe conferia o direito de expulsar.

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