Décadas de música

Tino Gomes celebra 50 anos de carreira com show gratuito em MOC

Leonardo Queiroz
leonardoqueiroz.onorte@gmail.com
Publicado em 16/01/2025 às 19:00.
“O sentimento de fazer 50 anos de carreira é um sentimento de felicidade, dever cumprido e realização. É realizar ao longo de 50 anos o que você gosta”, comenta o artista (REPRODUÇÃO/YOUTUBE)
“O sentimento de fazer 50 anos de carreira é um sentimento de felicidade, dever cumprido e realização. É realizar ao longo de 50 anos o que você gosta”, comenta o artista (REPRODUÇÃO/YOUTUBE)

O cantor e compositor montes-clarense Tino Gomes se apresenta no próximo sábado (18), em um show intitulado “Tino Gomes 50 anos na Estrada”. O evento acontecerá no Corredor Cultural em Montes Claros, a partir das 19h, com entrada gratuita.

Tino Gomes iniciou sua trajetória artística com o Grupo Raízes, que ajudou a fundar e se destacou no espetáculo “Viva Elza”, no Teatro Brasileiro de Comédia, onde o grupo interpretou quatro músicas. Graças à oportunidade proporcionada por Elza Soares, o artista mineiro seguiu firme em sua carreira musical. 

Seu primeiro álbum solo, produzido por Ivan Lins e lançado pela gravadora Bemol, marcou o início de uma jornada que já contabiliza 18 discos. Tino Gomes é conhecido por sua habilidade em misturar ancestralidade com sua expressão artística e o show promete ser uma celebração vibrante da rica trajetória musical de Tino Gomes e um convite à reflexão sobre suas raízes culturais.

“O sentimento de fazer 50 anos de carreira é um sentimento de felicidade, dever cumprido e realização. É realizar ao longo de 50 anos o que você gosta. Esse show representa a luta que tive durante 50 anos, brigando pela cultura do Norte de Minas, de Montes Claros e todos os Vales: Jequitinhonha, São Francisco”, diz o cantor.

Tino relembra um momento marcante em sua carreira ao longo desses 50 anos. “Foram muitos momentos e até difícil de citar, mas um deles foi quando comecei a escrever meu livro que sai esse ano, intitulado ‘Grupo Raízes, uma história novelesca’ onde fizemos um protesto em frente a uma casa na cidade de São Paulo chamada ‘Porão do Bigode’. Muitos não sabem, mas o Grupo Raízes é um grupo paulista, criado em São Paulo, que naquela época tinha quatro montes-clarenses, dois cearenses, um japonês e um suíço, onde a cara forte do catrumano do Norte de Minas e do Ceará prevaleceu com o nosso trabalho. O ‘Porão do Bigode’ nunca nos pagava e retribuía as apresentações com comida. Onde um dia protestamos, cada um pegou seu instrumento, fizemos cinco minutos de barulho sem tocar nenhuma música e com a casa lotada. Ao anunciar o que acontecia, fomos despedidos naquela mesma noite e uma mulher chamada Sheila, que estava na plateia, nos disse: ‘Vocês querem gravar um disco?’. Assustados, respondemos que queremos e a partir daí surgiu a gravadora Continental com vários momentos lindos e muitos deles ao lado da cantora Elza Soares”, conta. 

Tino ainda conta que teve o privilégio de ter acompanhado a história musical do mundo e viu tudo acontecer desde o Woodstock, que mudou a música do mundo. Outro momento citado pelo cantor foi quando as gravadoras começaram a vender uma música que entrava facilmente na casa das pessoas que ela compara, como a venda de uma lata de goiabada. “Hoje não me preocupo mais com isso e hoje nós temos guetos culturais e tenho certeza de que sou feliz por participar desses guetos com pessoas que compõe e amam música e está tudo certo”, expressa Tino.  

INFLUÊNCIAS
Sua influência na música surgiu através dos pais Dito e Dária. Dito era um mecânico que tocava gaita de chave, tudo de ouvido e Dária uma professora primária que amava cantar todo tipo de música. “Quando meus pais chegam no fim da tarde, ficávamos rodeados em volta do fogão com meus pais contando história, ele tocando gaita e minha mãe cantando. Esse foi o início de toda nossa história ao lado das minhas irmãs Denise, Marise, Fabiano, Raimundo, onde tivemos essa influência musical”, conta Tino. 

“Na verdade, eu sou um tanto de coisa misturada com folião, catopé, caboclim, marujada, a música que vem do Norte, do baião, do forró, misturado com esse som do rock ‘n roll que até hoje resiste nesse mundo doido”. 

Sobre o show de sábado, Tino Gomes conta que o público pode esperar um show de muita alegria, amor e felicidade. Sobre surpresas, ele conta que haverá nesse show, que, de acordo com ele, já faz um tempo apresentado pelo Ministério da Cultura. 

“A música de Minas, do Norte, é muito representativa, potente e talvez a mais linda e mais rica do Brasil. Temos influências de todo lado e faltam os mineiros darem mais valor a essa história. É essa música que tem que reverberar no resto do Brasil para que as pessoas também reconheçam a sua força”. 

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