Já está em operação no Brasil o Sistema Nacional de Identificação de Cães e Gatos (SinPatinhas), que permite o registro gratuito dos animais por meio da emissão do chamado “RG Animal”. A carteirinha digital garante um número único de identificação acessível por QR code, facilitando a localização de pets perdidos e promove a posse responsável. O cadastro, que é voluntário e pode ser feito pela conta Gov.br, também mantém os tutores informados sobre campanhas públicas de castração, vacinação e microchipagem.
A iniciativa é gerida pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e pretende estimular a guarda responsável, combater o abandono e apoiar o controle populacional ético de cães e gatos no país. O registro inclui dados do tutor (nome, identidade, CPF e endereço) e do animal (procedência, raça, sexo, idade, vacinação, doenças e local de residência). Também é possível associar microchips já implantados nos pets, potencializando a identificação em caso de perda.
De acordo com dados do governo federal, estima-se que o Brasil tenha atualmente cerca de 62,2 milhões de cães e 30,8 milhões de gatos, sendo que aproximadamente 35% desses animais vivem nas ruas ou abrigos.
Em Montes Claros, a servidora pública Maria Clara de Carvalho Guimarães já realizou o registro do seu pet no sistema e considera a medida fundamental. “Acho importante o levantamento do número de animais para diagnóstico e planejamento de ações de prevenção, como o controle populacional de animais de rua, quando ONGs, protetores independentes e o próprio poder público cadastram animais nesta situação. É uma questão de saúde pública também”, afirmou.
Ela também destacou o papel da identificação única dos animais no combate ao abandono. “É importante que os animais sejam identificados caso se percam e que se ateste a responsabilidade do seu tutor em casos como abandono e maus-tratos”. Segundo Maria Clara, a tecnologia como o QR code do RG Animal pode ser uma grande aliada na recuperação de animais desaparecidos. “Sem dúvidas, a identificação do animal, ajuda a encontrar os tutores responsáveis”.
A médica veterinária Maria Eduarda de Oliveira Martins também defende a importância do SinPatinhas como medida de saúde pública. “A microchipagem já existe, inclusive é usada pela prefeitura, e funciona como um projeto de identificação. Isso ajuda no controle da natalidade e facilita a localização de animais perdidos”, explicou.
Ela lembra que Montes Claros vive uma situação crítica em relação à superpopulação de animais, sobretudo gatos. “Tem muito animal na rua. Isso impacta não só na vida deles, mas também na nossa saúde, como no caso da leishmaniose, sendo muito comum aqui”, alertou.
Segundo Maria Eduarda, o sistema pode ser ainda mais eficaz se aliado a campanhas contínuas de castração. “Quanto mais castração, menos superpopulação e menos risco de doenças como a leishmaniose.” Ela acredita que o SinPatinhas também contribui para a prevenção de maus-tratos. “Na clínica, minha amiga que trabalha com resgates recebe muitos gatos debilitados, vítimas de envenenamento, atropelamento… A situação de rua é desumana para eles, com o SinPatinhas, podemos controlar mais os maus-tratos”.
*Com informações da Agência Brasil