Gissele Niza
Repórter
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O caos na cadeia pública de Montes Claros continua e agora os presos querem pressionar a justiça para derrubar a determinação de proibição de entrada de alimentos durante as visitas de quinta-feira. Na manhã de ontem foi anunciada uma greve de fome pelos detentos para reivindicar a suspensão da determinação do juiz da vara de execuções penais, Marcos Antônio Ferreira, da entrada de alimentos no cadeião durante a visita de terça-feira.
Informações extra-oficiais dão conta de que os presos reivindicam mais do que a suspensão da determinação do juiz e sim regalias como visitas íntimas e ligações telefônicas, mas as informações não foram confirmadas pelos responsáveis pela cadeia.
O juiz Marcos Antônio informou a O Norte que a determinação não será suspensa, pois visa impedir a entrada de drogas, celulares e armas no local.
- Se, com a proibição da entrada de alimentos nas visitas de quinta-feira, drogas e celulares continuam chegando às mãos dos presos, não existe nenhuma possibilidade de a determinação ser suspensa. Iremos realizar sindicância para identificar como esses objetos e drogas estão chegando às mãos dos detentos e tomar as providências cabíveis para que seja banida de vez a entrada de qualquer objeto que comprometa a segurança do local – informa o juiz.
No local, a reportagem conversou com agentes penitenciários e militares que informaram que os presos das alas masculinas internas anunciaram a greve, mas que o diretor da cadeia, delegado Saulo Nogueira, esteve no local e conversou com os presos, que se negaram a receber o almoço que ficou do lado de fora das celas, mas que a greve anunciada não durou até as 15 horas.
Ainda segundo os responsáveis pela segurança interna e externa do cadeião, por volta das 15 horas os detentos almoçaram e, à noite, receberam o jantar normalmente.
Ainda segundo o juiz Marcos Antônio, quando foi informado de que os presos anunciaram a greve de fome, foi determinada à direção da cadeia que a comida poderia ser doada a orfanatos ou instituições que ajudam pessoas carentes na cidade, mas a greve não vingou.
A reportagem de O Norte procurou o diretor da cadeia, delegado Saulo Nogueira, para falar sobre o assunto, mas sem êxito até o fechamento desta edição.