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Domingo,21 de Setembro

Polícia civil investiga envolvimento de agente em assassinato

Jornal O Norte
Publicado em 02/08/2006 às 11:29.Atualizado em 15/11/2021 às 08:40.

A polícia civil de Montes Claros instaurou inquérito e sindicância administrativa para apurar o envolvimento de uma agente policial, que teve o nome preservado para não prejudicar as investigações, no assassinato do moto-taxista Júnior Oliveira Santos, 31 anos, registrado na madrugada desta segunda-feira, 31, no barzinho Az de Ouro do bairro Esplanada.



O delegado regional, Aloísio Mesquita, informou na tarde de ontem a O Norte que a agente que prestou depoimento na delegacia na manhã de ontem foi afastada das funções policiais que exercia nas cidades de Mirabela e Montes Claros, sendo que nesta última era examinadora da banca do Detran.



No depoimento, a agente que tem mais de 15 anos de polícia, relata que no domingo estava em um barzinho localizado no bairro De Lourdes com sua filha de 5 anos, juntamente com uma prima e mais duas crianças quando Juarez, acusado de ter atirado em Júnior e seu irmão Rogério, chegou ao local.



Apesar de ter relatado que conhecia Juarez apenas de vista, a agente declarou que seguiu para o barzinho Az de Ouro junto com sua filha e o acusado. No local, a agente disse que um dos rapazes que não se lembra se era Júnior ou Rogério, mexeu com ela, momento em que Juarez levantou-se da mesa e afirmou “que na mesa tinha um homem”.



A agente disse ter se levantado para ir ao banheiro quando percebeu o tumulto, com pessoas brigando com socos e capacetes. A agente disse também que quando estava no banheiro ouviu dois ou três disparos de revólver quando correu para o carro onde sua filha estava dormindo.



Ainda segundo a agente, em seguida Juarez chegou no carro com um revólver em punho dizendo que 'tinha matado um homem e que o outro estava morre não morre' e seguiu em direção à sua residência, localizada no bairro Jardim Panorama.



Após deixar a agente e sua filha na porta de sua casa, Juarez teria fugido em um carro Fiat de cor vermelha.



O delegado Aloisio Mesquita informou que a agente está afastada das atividades policiais até que sejam concluidas todas as investigações e que um revólver de calibre 38 de propriedade da policial foi apreendida e encaminhada à perícia.



- Dentro de dez dias o laudo da perícia que apontará se houve algum disparo da arma da policial no dia do crime será concluído. Se não houve a utilização da arma da policial no assassinato ela será indiciada por crime de favorecimento pessoal, artigo 348 do código penal com pena prevista de 1 a seis meses de reclusão, além de penas administrativas podendo ser afastada das atividades policiais. Se houver provas de que arma da agente foi utilizada no crime, a mesma responderá por crime de co-autoria de homicídio.



NO LUGAR ERRADO E COM A PESSOA ERRADA



Segundo o delegado regional, a agente foi punida e está sob investigação porque estava no lugar errado na hora errada.



- A agente não deveria estar em um local que não condiz com o decoro policial acompanhada de um elemento com várias passagens pela polícia inclusive tendo cumprido pena de 11 meses por tráfico de drogas, art. 12 do código penal, entre outros crimes como lesão corporal, art. 129 e condução de veículo embriagado, art. 306 do código nacional de trânsito. A agente também foi omissa em não ter comunicado ao delegado de plantão ou a polícia militar sobre o homicídio, o que caracteriza crime de favorecimento pessoal.



FICHA



O delegado lembrou também que nos 15 anos de trabalhos prestados à polícia civil não existe registros de desvio de conduta da agente.  



O CRIME



Segundo informações da polícia, por volta de 4 horas de segunda-feira, 31, um homem conhecido como ‘Juarez’ disparou dois tiros vindo a atingir o moto-taxista Júnior Oliveira Santos, 31 anos, com uma bala no peito que morreu ao dar entrada no pronto-socorro da Santa Casa; e outro contra o irmão do moto-taxista Rogério Oliveira Santos, que foi atingido nas partes genitais.



Segundo informações da PM, Júnior Oliveira era conhecido no meio policial e tinha quatro passagens registradas.



Informações extra-oficiais dão conta de que os irmão são conhecidos nos meios policiais por estarem sempre em confusões generalizadas, assim como Juarez que já foi preso várias vezes.

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