"A fé acaba sendo importante no ponto de vista psicológico, moral e social”, aponta o cientista político (Larissa Durães)
No Brasil, nove a cada dez brasileiros dizem acreditar em Deus como descrito em escrituras religiosas, como a bíblia, o alcorão, a torá, entre outros; e 19% acreditam em uma força superior, mas sem um viés religioso. Dados são da pesquisa Global Religion 2023, produzida pelo Instituto Especialista em Pesquisa de Mercado e Opinião Pública (Ipsos). O Brasil aparece empatado com a África do Sul (89%), e Colômbia, com 86% entre 26 países pesquisados.
“Individualmente, e até a medicina tende a corroborar com a ideia de que a fé é importante para que os indivíduos enfrentem e superem alguns desafios. Então, a fé acaba sendo importante no ponto de vista psicológico, moral e social”, aponta o cientista político do Departamento de Política e Ciências Sociais da Unimontes, Geélison Ferreira da Silva.
Ainda conforme Silva, alguns fatores sobre a religiosidade de uma nação devem ser levados em conta, pois, comumente, essa religiosidade está associada a uma “baixa industrialização, a baixa escolaridade, e a menor capacidade crítica, associado a sociedades mais pacificas mais submissas a hierarquias” completa.
No Brasil, apesar de todos os escândalos e processos jurídicos ligados a instituições religiosas, 76% afirmam seguir uma religião. Entre os brasileiros religiosos, 70% disseram ser cristãos (católicos, evangélicos e outras denominações) e 6% são filiados a outras religiões, enquanto 22% disseram não ter uma religião, sendo 16% ateus e 6% agnósticos.
NA PRÁTICA
Para o pastor da 8ª Igreja Presbiteriana de Montes Claros, José Normando Gonçalves Meira, a fé é um fenômeno universal, porque o homem é um ser espiritual, sendo assim, os cristãos acreditam ser a imagem e semelhança de Deus, por terem sido criado por Ele. “Fomos criados para relacionar com Deus”, observa.
Entretanto, Normando destaca o fato de que os quase 90% de crentes no país, pouco significa quando passa para a ação de fato. Para ele, não basta ser cristão, tem que agir e viver como tal. O desafio para o cristão brasileiro é ele não ser somente estatística. “A autocrítica que devemos fazer como cristãos é que embora o cristianismo seja tão marcante no país, os princípios cristãos, na prática, aparecem pouco, muito pouco” conclui.