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Pesquisa mostra desequilíbrio nos afazeres domésticos

Pnad aponta disparidade na realização dos serviços domésticos entre homens e mulheres

Larissa Durães*
Publicado em 17/08/2023 às 21:33.

No contexto atual do século XXI, é notável que apesar dos avanços sociais, os afazeres domésticos ainda recaem desproporcionalmente sobre as mulheres. Essa realidade é respaldada pelos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua 2022, conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados evidenciam que as mulheres dedicam, em média, 21,3 horas semanais a essas tarefas, enquanto os homens empregam apenas 11,7 horas, refletindo uma disparidade significativa no tempo destinado aos serviços domésticos.

Em 2022, 148,1 milhões de pessoas se dedicaram aos cuidados da casa ou de pessoas. Isso representa 85,4% da população de 14 anos ou mais de idade. A Pnad detalha que enquanto 91,3% das mulheres realizaram alguma atividade relacionada a afazeres domésticos, esse percentual foi de 79,2% entre os homens.

Ao detalhar a proporção do trabalho doméstico entre as mulheres, a pesquisa verificou que as pretas têm o maior índice de realização das tarefas (92,7%), superando as pardas (91,9%) e brancas (90,5%). 
 
TRADIÇÃO MACHISTA
“A tradição machista sobre esse encargo é muito difícil de ser quebrada”, comenta a jornalista, Alana Freitas. Em relato, a jornalista compartilha uma observação pessoal, onde sua mãe testemunhou sua avó desempenhando todas as tarefas domésticas. Esse exemplo influenciou Ala, levando-a a seguir os mesmos padrões, e consequentemente, transmitindo essa mentalidade para seus filhos. “Minha mãe via a minha avó fazer tudo, enquanto meu avô fazia o trabalho de agricultura. E ela cresceu nesse ambiente. Quando ela teve os filhos dela, duas meninas e dois meninos, ela até educou os meninos que eram mais velhos pra fazer o serviço de casa com ela. Mas, quando as meninas cresceram, os meninos deixaram de ajudar e todo o serviço ficou a cargo das meninas”, conta. 

“Atualmente, meus irmãos continuam não ajudando. Apesar das mulheres deles trabalharem fora. Eles alegam que é porque as esposas não pedem, mas se pedirem eles fazem”. Alana ainda comenta que os irmãos não possuem mais a mentalidade tão machista de pensarem que isso é “coisa de mulher”. Entretanto, os classifica como acomodados, pois, “acabam deixando o serviço doméstico para as esposa e filhas”, explica.

“Tenho dois filhos, um de nove anos e outro de quase dois anos e eles me ajudam, sim, não tem essa de que esse serviço é de meninas, se mora na casa, é de todos”, diz convicta. Em relação ao marido, “ele paga uma servidora para não ter que fazer”, conclui a jornalista. 

*Com informações da Agência Brasil

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