Por Luiz Ribeiro/ Estado de Minas

Oito dos 15 vereadores de Montes Claros, no Norte de Minas, foram presos no início da manhã desta quinta-feira pela Polícia Federal durante a Operação Pombo Correio. Os parlamentares são suspeitos de usar notas frias para receber verba indenizatória de gabinete.

Outras três pessoas foram presas, entre elas o contador da Câmara Municipal, Ivan Fonseca. O pivô do esquema, identificado apenas como Ranieri, que também foi detido nesta quinta, confirmou as fraudes.

Segundo a PF, Ranieri trabalhava em uma empresa que terceiriza serviços aos Correios e vendia as notas frias para que os vereadores recebessem a verba indenizatória, de cerca de R$ 5 mil por mês. Outro suspeito preso, identificado como Éder, era responsável pela clonagem dos documentos.

A operação coordenada pelos delegados Marcelo Eduardo Freitas e Daniel Souza Silva, surpreendeu os vereadores, que foram detidos em suas residências, com o respaldo legal de mandados de prisão temporária expedidos pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Montes Claros, Newton Lívio Lemos Salles. O esquema era investigado há cerca de três meses e mobilizou aproximadamente 70 agentes e 12 delegados.

O primeiro parlamentar detido foi Raimundo Pereira Silva (PDT), às 6h14. O suplente Rosemberg Medeiros (PFL), que ocupou uma vaga na Câmara no ano passado também foi preso por envolvimento no esquema. Ele deixou o cargo em janeiro deste ano.

Ranieri, Éder, Ivan Fonseca e os vereadores foram levados para a delegacia da PF em Montes Claros, onde prestam depoimento. Após as prisões, agentes iniciaram buscas na Câmara, que fica a apenas 100 metros da sede da PF, para recolher computadores e documentos nos gabinetes dos suspeitos de envolvimento na fraude.

VEREADORES DETIDOS

Ademar Bicalho (PTB)


Athos Mameluque (PMDB)


Aurindo Ribeiro (PTN)


Fátima Pereira Macedo (PTB)


Júnior Samambia (PV)


Lipa Xavier (PC do B)


Marcos Nem (PL)


Raimundo Pereira Silva (PDT)

SUPLENTE

Rosemberg Medeiros (PFL)