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Quarta-Feira,23 de Abril
Entrevista

Nara Jorge: a bióloga que conquistou o mundo musical

Artista mineira revela sua trajetória de 20 anos e suas inspirações

Adriana Queiroz
genteideiascomunicacao@gmail.com
Publicado em 15/04/2025 às 19:00.

Nara Jorge, multifacetada artista de São Sebastião do Maranhão, trocou sua cidade natal por Montes Claros aos 14 anos em busca de melhor educação. Apesar das dificuldades financeiras, ela se formou em Biologia pela Unimontes e trabalhou por nove anos em uma empresa de vacinas, sempre mantendo a música como paixão paralela. Hoje, Nara se destaca com o lançamento do projeto autoral “100 músicas em 100 dias”.
 
Como é a chegada desse novo trabalho autoral?
Canções que nos fazem pensar, agir, sentir, são necessárias para transformar o mundo. Chegar a um coração e levar um lugar de abrigo, uma palavra positiva, é como luz em dias escuros — acredito nisso de todo coração. Escrevo e canto primeiro para mim. Imprimo nas canções vivências pessoais, o que vejo da vida, do mundo, do amor. Escrever 100 canções em 100 dias é uma loucura total, não tenho conhecimento se mais alguém já fez isto. Mas é um auto desafio de dar cada gota de suor que tenho por um sonho. O projeto é como um grito também: tem artista no interior fazendo trabalhos maravilhosos, nós existimos! E se pouco temos de recursos financeiros, aí que sobra talento e genialidade em cada nota.
 
Conte-nos sobre seus estudos formais e informais de música, de formação como artista.
Entendo que nasci com um dom natural para a escrita e criação de melodias, compreendi logo cedo que precisava aprimorar o que já fazia sozinha. Comecei a cantar na igreja, sempre acompanhando minha mãe, avó, tias, irmã e conterrâneos no coral da cidade. Nasci num berço musical de cantoras. Apesar de não ter nenhum tipo de informação teórica, as músicas saltavam de minhas mãos quase que diariamente. Ao passar por um ano pelo Conservatório Lorenzo Fernandes, tive o primeiro contato com uma partitura. Mas só após me formar na faculdade é que realmente ganhei palcos da cidade. Cantava em bares, cerimônias de casamento e recepções. Em 2016, deixei a carreira de bióloga de lado, fui para São Paulo e ingressei na maior escola de música da América Latina de Música: E&MT. Um universo novo se abriu em minha mente com as aulas de Estruturação Musical e violão. Os professores me diziam que, além da disciplina, conseguiam ver um diferencial em mim: um dom natural para a composição, não era apenas teoria pairando no que eu fazia. Não tinha a ver com técnica. Tinha a ver emoção. Mais tarde, na pandemia, realizei lives musicais para acalentar os corações, o que abriu portas para fazer parte do cash de cantores da maior agência de música online no Brasil. Mas precisava fazer um mergulho em mim, mais do que nunca, dar tudo que eu podia, tudo mesmo. Me colocar à disposição da arte: escrever 100 canções em 100 dias consecutivos. Uma loucura para muitos, para mim, caminho de cura e de recomeço. Resgatar em mim o que de mais bonito eu tinha para dar ao mundo: uma alma carregada de sensibilidade.
 
Qual sua avaliação desses 20 anos de trajetória como cantora?
Muito trabalho, suor, esforço e pontes criadas. Em 2015, lancei meu primeiro álbum, chamado “Mais que um segundo” contendo 12 canções autorais. Fui premiada em festivais autorais da canção em MG (SESI MÚSICA 2016 — Belo Horizonte) e PR (CANTA AÍ E FUCA, 2019). Com maior maturidade musical em minhas letras, melodias e arranjos, lancei 04 singles no ano de 2023: ‘Alguma coisa mais importa?”, “Nosso mundo”, “Um pouco mais” e “Ano inteiro” e em 2024, o EP “Meu Mundo”, com ainda mais identidade orgânica de sons e letras românticas, contendo 04 canções, que expressam as várias fases de um relacionamento. A partir dos trabalhos audiovisuais, parti para o mundo de roteiros e direção, fazendo parte de trabalhos de artistas de outros estados brasileiros, além de alcançar mais de 500 mil pessoas com o autoral.
 
O que lhe inspira na criação das músicas? 
Sou uma pessoa da emoção, o que não me impediu de usar a razão para transpor situações difíceis. Aliás, para um projeto como esse é necessária muita disciplina e resiliência. O ir, o chegar, os finais, os inícios, os sonhos, os altos e baixos da vida, a fé que move os nossos passos, os relacionamentos que nos permeiam, o amor, tudo isso é fonte de inspiração. Amor este cantando por tantos artistas que tenho como referência e respeito: Djavan, Milton Nascimento, Vander Lee, Tiago Iorc.
 
Como acompanhar a Nara Jorge pelas redes sociais?
Pela rede principal: @narajorgeoficial (Instagram). Todas as novas músicas, apresentações ao vivo e online serão disponibilizadas aqui.

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