Na próxima semana, os holofotes do Centro Cultural Hermes de Paula, em Montes Claros, estarão voltados para o espetáculo de dança intitulado “Três Dias Antes – Três Dias Depois”, uma obra promovida pela Companhia DiTarso. Quem nos leva aos bastidores e nos conduz pelos intricados detalhes dessa produção é o artista da dança, Paulo di Tarso. Inicialmente trilhando sua jornada como bailarino, Paulo ascendeu aos postos de coreógrafo e, hoje, imprime sua marca como diretor de espetáculos, elevando a arte da dança a patamares ainda mais elevados.
Após quanto tempo, você retorna ao teatro com o espetáculo “Três Dias Antes – Três Dias Depois” e o que mudou entre a primeira e a atual montagem, além dos atores?
Esse espetáculo estreou em 2003, ainda sem nome. Só em 2005 que veio o título: “Três dias antes, três dias depois”, inspirado em um clássico chinês, o I Ching. Rodamos Minas Gerais com ele e fomos convidados para dois grandes eventos: o Inverno Cultural de São João Del Rei, promovido pela UFSJ, e o ENAETICI, encontro internacional de dança contemporânea que acontece em Ipatinga. A última vez que dançamos foi em 2013. Agora, 11 anos depois, o espetáculo retorna revigorado com uma nova geração de bailarinos talentosos. Eles vêm do Studio de dança de Jaqueline Pereira, Luna Escola do Corpo, Pássaro de Minas Escola de Dança e de Christiane Tibo Escola de Dança, que é uma apoiadora dessa ação.
Quem foi o grande incentivador de sua carreira?
Fui eu mesmo. Um artista não pode se dar ao luxo de ter incentivadores. Tem de acreditar em si e seguir. Hoje tem a sustentação emocional da família, de amigos e admiradores. Isso me estimula bastante.
Qual o papel da arte em sua vida?
Sou um humanista. Acredito que nos seres humanos temos diversas habilidades e devemos aperfeiçoar todas. Meio que aquela história dos “Talentos” da Bíblia. Hoje sou acupunturista e fisioterapeuta, além de artista. A arte é uma missão muito grande. Diz respeito a criar ponte entre o mundo material e o plano das ideias de Platão. Diz respeito a inspirar pessoas a se buscarem.
Quais foram os desafios enfrentados na produção do espetáculo?
O primeiro grande desafio de produzir um espetáculo cênico em Montes Claros é a inexistência de um teatro. Isso deixa tudo terrivelmente mais caro. A transformar o auditório do Centro Cultural em uma caixa cênica gera custos absurdos. Tirando isso, é tudo dentro do esperado.
Conte-nos sobre o espetáculo, os atores e bailarinos.
Estou trabalhando com artistas muito jovens e muito talentosos. O que é muito inspirador para um diretor que está próximo de completar 45 anos de palco e 60 de vida. A dedicação desse elenco tem me inspirado a pensar em novos projetos.
Quais espetáculos produzidos por você que considera marcante?
Difícil nomear um, já que todos vieram de forma especial. “Pedro e o Lobo” marcou o início do meu trabalho em Montes Claros em 2001. “Três dias” marcou a fundação da Ditarso Dança em 2003; “Noitencantada” marca meu encontro com as raízes norte-mineiras e “Er” marca meu retorno ao palco em 2018.
SERVIÇO
Espetáculo de dança Três Dias Antes – Três Dias Depois
Data: 25 a 28 de abril
Local: Centro Cultural Hermes de Paula
Os ingressos antecipados podem ser adquiridos pelo valor de R$30 pela plataforma sympla ou entrando em contato com Paulo Di Tarso pelo WhatsApp (38) 99812-2921.
Na bilheteria, os ingressos custarão R$60 inteira e R$30 meia.