Com a entrega de mais dez Telecentros, no último fim de semana, o governo de Minas chega a 350 unidades no estado, inauguradas desde 2003, dentro do projeto Estruturador de Inclusão Digital, gerenciado pela secretaria de estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
O objetivo do programa de Inclusão Digital é levar os recursos da informática, gratuitamente, a todos os cidadãos mineiros, contribuindo para reduzir os níveis de desigualdade através da formação e capacitação de mão-de-obra
(foto: divulgação)
Dotada de cinco a dez computadores, cada unidade custa, em média, R$ 40 mil, recurso proveniente de parceria entre os governos federal e estadual.
ESTRUTURA
Ao lado dos CVTs – Centros Vocacionais Tecnológicos, que possuem uma estrutura mais complexa com laboratórios e salas de videoconferência e de incubadoras de empresas, os Telecentros vêm sendo implantados em todo o estado, especialmente em regiões com menor IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. A inclusão digital um poderoso instrumento de combate à exclusão social e de redução das desigualdades e a meta é atingir mais de 600 Telecentros instalados até o final do ano e 108 CVTs. Cada centro custa, em média, R$ 700 mil.
INVESTIMENTOS
Até o momento, já foram investidos cerca de R$ 33 milhões na implantação de Telecentros e centros vocacionais tecnológicos em todo o estado.
- O programa foi incorporado como um dos projetos estruturadores do governo de Minas e é hoje uma referência nacional, afirmou o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Paulo Kleber Duarte Pereira. Ao final do projeto, terão sido investidos recursos na ordem de R$ 90 milhões.
Os Telecentros são locais equipados com computadores conectados à internet e impressora, que ficam à disposição da comunidade para uso público e livre, prestação de serviços e realização de cursos. O usuário pode navegar pela internet, enviar e receber e-mails, desenvolver trabalhos de pesquisa e produção de conteúdos, além de usar os recursos mais modernos da informática para o trabalho, estudo e lazer. Eles desenvolvem um conjunto de cursos e oficinas e o usuário tem acesso a atividades de leitura e produção de textos.
As atividades no computador envolvem a aprendizagem de ferramentas, como edição, planilhas eletrônicas, softwares de apresentação, banco de dados e outras ações identificadas a partir de demanda da própria comunidade. A população cuida de sua administração e conservação por meio de comitês gestores. Em cada unidade, o comitê decide os horários em que os computadores estarão disponíveis para uso, bem como o procedimento para o agendamento de horário pela comunidade.
ETAPAS
A instalação de CVTs foi dividida em três etapas. Na primeira fase, foram criados 21 CVTs com investimento total de R$ 16 milhões. Na primeira fase do programa, foram implantados os seguintes laboratórios: cafeicultura, eletroeletrônica, fruticultura, solos, turismo, leite e derivados, musicalidade e madeira e móveis.
Na segunda etapa de instalação de CVTs serão mais 43 unidades com recursos já garantidos da ordem de R$ 34 milhões. Os laboratórios da segunda fase serão de artesanato, avicultura, condimentos, confecção, culinária, floricultura, gemas e jóias, inclusão social, turismo cultural e turismo ecológico. Já na terceira fase, devem ser implantados mais 44 CVTs, com recursos na ordem de R$ 40 milhões dos governos estadual e federal. A meta final do programa é chegar a 108 O objetivo do programa de Inclusão Digital é levar os recursos da informática, gratuitamente, a todos os cidadãos mineiros, contribuindo para reduzir os níveis de desigualdade através da formação e capacitação de mão-de-obra.
Instalação de centros vocacionais tecnológicos e telecentros e a implantação do banco de dados social são os três principais projetos do programa de Inclusão Digital. A proposta de criação dos CVTs baseou-se na percepção de que a exclusão digital é resultado da exclusão social. As desigualdades são capazes de transformar avanços tecnológicos em obstáculos. Exemplo disso é que apenas 12,46% dos brasileiros têm computador em casa e 8,7% têm acesso à internet.
A incorporação da tecnologia nos processos de produção exige novas estratégias de formação de mão-de-obra. Hoje, o computador é instrumento essencial de trabalho e a capacitação deve associar novos conhecimentos, permitindo a todos os trabalhadores lidar com a inovação e se manter no mercado de trabalho.
REDE MINEIRA DE CVTS
Desde março deste ano, está em funcionamento a rede mineira de Centros Vocacionais Tecnológicos. A rede opera a partir de uma central de gerenciamento instalada no Belvedere, em Belo Horizonte, e vai promover a integração das 26 cidades que possuem CVT, através de videoconferências, contribuindo, dessa forma, para a troca de experiências e disseminação do conhecimento, fundamentais numa sociedade globalizada como a atual.
Cada CVT tem duas salas de inclusão digital com dez computadores cada; uma sala de videoconferência; um laboratório vocacional (em que são oferecidos cursos específicos para a vocação de cada município); uma sala de incubadora de empresas, contribuindo para a formação de mão-de-obra. Os CVTs estão sendo implantados em parceria com ONGs e organizações da sociedade civil de interesse público, que passam a coordená-los. O governo mineiro, por meio da Sectes, organiza e estrutura cada unidade. A média de uso de cada CVT é de dois mil pessoas por mês.
BANCO DE DADOS SOCIAL
Outro desdobramento do CVT é o banco de dados social, que visa promover a redução das desigualdades sociais em Minas, através da inovação tecnológica na gestão dos serviços na área social. O banco é formado a partir da integração de informações coletadas por profissionais de programas sociais, como o PSF Programa Saúde da Família, Bolsa Família, Cadastro Único e Cartão SUS, dentre outros. Essas informações serão utilizadas pelas administrações municipais para subsidiar o planejamento, acompanhamento e avaliação desses programas, garantindo condições para a execução de políticas setoriais.