A 6ª edição da Bendita Feira, referência em empreendedorismo criativo e conexão entre tradição e contemporaneidade, já tem data: 3 a 5 de dezembro e será realizada no restaurante Já Vai Li, em Montes Claros.
Michelle Farah, da “Ôh Pote Risotos e Sabores” é uma das expositoras. Nessa entrevista, ela fala da sua trajetória, da realização do sonho e também sobre sua participação no evento que exalta a criatividade e o talento dos seus expositores, carinhosamente chamados de “benditos”.
Psicopedagoga de formação pela PUC Minas, Michelle Farah é pós-graduada em educação infantil e psicopedagogia.
Natural de Nova Lima, atuou na área da educação por 20 anos. Foi professora em Belo Horizonte até que se casar em 2008. Em 2009, o marido passou num concurso federal e foram de mudança para Rio Branco - Acre.
“Deixei tudo e segui esse novo caminho. Por lá permanecemos 4 anos e continuei na educação atuando no ensino superior e Ministério Público, junto a Promotoria de Infância. Em 2013, voltamos do Acre e Montes Claros não era nossa opção. Hoje, tenho certeza que estar aqui foi um propósito de Deus! Era nossa chance de chegar mais perto de casa, pois queríamos mesmo voltar pra Belo Horizonte. Voltei grávida da Catarina, hoje, com 11 anos. Após um ano na cidade, me inscrevi num processo seletivo na prefeitura de Montes Claros e começo a atuar como pedagoga. Por lá, permaneci 9 anos.
É a sua primeira participação na Bendita Feira?
É minha segunda vez na Bendita Feira e fico muito honrada. O convite surgiu após um dos organizadores conhecer meu produto e sentir que poderia fazer parte dessa curadoria feita por eles. Hoje, a Bendita já me trouxe muitos clientes, visibilidade e a com a feira colhemos frutos antes, durante e depois do evento.
Como surgiu o seu produto?
Quando ingressei no novo projeto junto à prefeitura, sabia que seria desafiador desde o princípio. Depois de nove anos nesse local, percebi que estava me diminuindo para caber num lugar que não era meu. Adoeci, decidi me tratar e me afastei por alguns meses do trabalho. Foi aí que, com a ajuda do meu marido, da minha irmã, senti que precisava mudar de vida! Contratei uma mentora, coach e fiz uma transição de carreira. Nesse momento me redescobri como empreendedora. Me vi, aos nove anos, atrás do balcão da loja do meu avô, vendendo com ele. Lembrei que durante toda minha vida, vendia alguma coisa para complementar salário, para pagar a faculdade diante de uma dificuldade financeira dos meus pais e que amava vender e me conectar com pessoas. Fiz uma imersão de empreendedorismo pelo Sebrae, o Empretec e lá, como um sopro de Deus, surgiu Ôh Pote Risotos e Sabores. Fomos a empresa campeã do programa. Decidi continuar com a empresa. Os risotos surgiram pela minha paixão por culinária, por risotos e vinhos e para facilitar a vida do cliente. Com ele, você consegue receber os amigos e a família, aproveitar uma noite a dois, relaxar e ter um tempo de qualidade com os que ama. Essa é a pegada hoje. Todo mundo sem tempo e querendo algo de qualidade. <EM>
Quais os principais desafios de empreender?
Hoje, percebo que empreender no Brasil é uma arte. Você precisa se reinventar todos os dias e suprir a dor do cliente. Isso requer disciplina, organização e ter coragem para enfrentar os desafios que são diários.
Como você enxerga o cenário e as possibilidades para mulheres que querem empreender?
As mulheres estão entendendo que podem ocupar o lugar que quiserem, sem se preocupar com julgamentos, que obviamente, ainda existem. A criatividade e força advindas da mulher oferece inúmeras possibilidades de empreender, inclusive sem sair de casa e podendo estar mais próximo da família. E as mulheres, quando se deparam com outras, se ajudam e se mobilizam para fazer dar certo! Isso é fato!
Você faz parte de uma confraria. O que há de positivo nesse movimento de mulheres que empreendem?
A confraria Vinho D’ Elas veio como um presente, junto com Oh Pote. A confraria já existia com a Kenya Oliveira desde dezembro de 2022. Ela, proprietária do Empório Oliveira, loja on- line de vinhos, também mudou de vida e percebeu a necessidade de reunir suas clientes para tomar bons vinhos e bater papo. Começou com 8 mulheres. Me convidou, em abril de 2022 para servir meu risoto. Já eram 16 mulheres. Quando vi aquele cenário, meus olhos brilharam! No dia seguinte, liguei para ela e disse que queria ser sua sócia e que iríamos ampliar a confraria. Em maio seguinte, já conseguimos reunir 32 mulheres e contando nossas histórias, percebemos que elas queriam falar de negócios e que podíamos inspirar e encorajar outras mulheres, além de relaxar e distrair. Assim, quase dois anos depois, reunimos mensalmente mulheres, para tomar bons vinhos, comer meu risoto, mas servimos um jantar harmonizado com entrada, prato principal e sobremesa, tudo feito por mulheres e falamos de negócios. Hoje, somos um grupo com mais de 250 mulheres que utilizam os negócios umas das outras, fortalecendo e apoiando umas às outras nas suas vidas pessoais e profissionais. As nossas noites são lindas, como merecemos!