Gissele Niza
Repórter
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Policiais civis prenderam na tarde da última sexta-feira, Vila Costa Lima, 24 anos, que tentava entrar com droga escondida dentro da vagina na cadeia pública de Montes Claros.
(fotos: Wilson Medeiros)
A prisão de Vilma foi efetuada após denúncia anônima de que uma mulher alta, magra, clara, aparentando 25 anos, residente no bairro Major Prates, estaria abastecendo o cadeião de drogas e aparelhos celulares, que estariam escondidos em sua vagina.
Há algumas semanas os policiais civis que cuidam da segurança do cadeião passaram a observar as visitas dos detentos com mesmo nome, quando na tarde de sexta-feira Vilma foi descoberta, presa e autuada em flagrante pelo delegado Saulo Nogueira, titular da delegacia de repressão ao uso e tráfico de drogas, pelo artigo 12 do código penal (tráfico de drogas) com pena prevista de 3 a 15 anos de reclusão.
CEM GRAMAS
Abordada, Vilma tentou negar que levara drogas para os detentos, mas logo em seguida assumiu que levava cerca de 100 gramas de maconha dentro das partes íntimas.
Na delegacia, Vilma falou à reportagem de O Norte que não era a primeira vez que levava drogas para os detentos e que o valor cobrado era de no mínimo R$ 50 em dinheiro.
Abordada, Vilma tentou negar que levara drogas para os detentos, mas assumiu que escondia cerca de 100 gramas de maconha dentro dela
- Da última vez levei droga para Emerson Barbosa e cobrei R$ 80 em dinheiro. Hoje, era para Ricardinho, que ia me pagar R$ 50 quando eu chegasse na cadeia. Um moto-taxi levava a droga em minha casa, explicava o que era para eu fazer e quando chegava na cadeia é que eles (presos) faziam o pagamento – disse Vilma.
ESTELIONATO
Vilma falou também que foi presa em meados de outubro do ano passado por estelionato, mas não chegou a ir para o cadeião.
- Eu morava com uma mulher que se chama Renilda. Ela me convidou para fazer uma feira no supermercado com um cheque de R$ 2.800. Perguntei se o cheque era bom e confiei nela, aí fui presa no balcão do supermercado.
RICARDINHO
Questionada pela reportagem sobre a relação com os detentos, Vilma contou que é freqüentadora assídua do cadeião.
- Eu conheci Ricardinho quando ele ia visitar Fabíola, que morava comigo. Ela foi presa por homicídio, porque bateu em uma mulher grávida até à morte. Começamos a namorar. Depois que terminei com ele, há mais de dois anos, conheci meu atual namorado, Valdeir, que está preso por receptação e roubo.
ATÉ EXPLOSIVO
O delegado Saulo Nogueira disse que a entrada de objetos e drogas nas cadeias e penitenciarias de todo Brasil compromete totalmente a segurança do local.
- A falta de um detector de metais na cadeia gera grandes problemas para a segurança do local, pois assim como as mulheres levam drogas nas partes intimas, também podem levar celulares, armas e até explosivos – completou o delegado.
SEXTA PRISÃO
Várias pessoas tentaram entrar com drogas no cadeião neste ano e acabaram presas pelos policiais civis que cuidam da segurança do local.
A última foi no dia 21 do mês passado, quando foi presa Ludmila Soares Antunes, 22 anos, que tentou levar drogas para o seu esposo, Carlos Alberto Figueiredo, preso por assalto.
Ludmila levava três tabletes de maconha, várias pedras de crack e duas ampolas de durateston, conhecido popularmente como bomba, em fundos falsos de um tamanco.
Outra prisão foi a do entregador de ovos do bairro Ciro dos Anjos, Diego Fernandes Porto, realizada no dia 14 do mês passado. Diego levava três tabletes de maconha para o detento Igor Luiz Mota, escondidos em frascos de desodorantes.
A prisão de um travesti e uma mulher que tentavam levar drogas para os detentos dentro das partes íntimas foi efetuada no dia 6 do mês passado. Foram presos: Claudinei Vieira Soares, 21 anos, que visitaria seu irmão e Alexsandra Leal Almeida, 28 anos, que visitaria seu ex-amásio, Joaquim Martins Pereira.
Com o travesti e a mulher foram apreendidas 80,79 gramas de maconha prensadas.