Mais um assassinato com requintes de crueldade chocou a população montes-clarense na noite de domingo, 16. Wilson Sarley Soares Santos, 26 anos, foi assassinado na Rua Santa Efigênia, Bairro Morrinhos, às 20h50 de domingo, com 34 perfurações de pistola calibre 380.
Segundo testemunhas, quatro homens chegaram ao local em duas motos de cor escura e começaram a efetuar vários disparos contra Wilson Soares Santos, conhecido como Chefe, que tinha uma passagem pelos meios policiais.
ACERTO DE CONTAS
Segundo o delegado Giovani Siervi, da delegacia de repressão aos crimes contra a pessoa, já foi instaurado inquérito para apurar os motivos do assassinato e adiantou que as investigações já começaram e tudo indica que o motivo do crime foi acerto de dívidas envolvendo drogas.
O delegado informou também que o primeiro suspeito de ter sido um dos autores ou mandantes do crime é um homem conhecido como Ninha, que havia ligado para Wilson minutos antes do assassinato.
TRÁFICO DE DROGAS
O delegado Saulo Nogueira, da delegacia de repressão a tóxicos e entorpecentes, informou que existem possibilidades de que os homicídios que vêm acontecendo estarem ligados a uma disputa pelo monopólio do tráfico na cidade. Existem traficantes rivais que querem tomar os clientes dos outros e monopolizar a venda de drogas. É bem provável que esses crimes estejam ligados a essa disputa, mas tudo depende de uma investigação cuidadosa para que seja provado o envolvimento desses traficantes nos homicídios.
Sobre o assassinato da noite de domingo, o delegado Saulo Nogueira informa que as primeiras informações apuradas dão conta de que Wilson estaria devendo uma certa quantia para um homem conhecido por Ninha, que estaria envolvido na disputa pelo comando do tráfico de drogas. Na noite do crime, Ninha ligou para cobrar de Wilson o dinheiro referente a drogas. Os dois teriam discutido pelo telefone e, minutos após, chegaram os homens já efetuando os disparos contra Wilson.
Saulo informa ainda que esse assassinato pode ser um reflexo da operação Orla do Bosque realizada na última semana pela polícia militar no aglomerado Conferência Cristo Rei, conhecido como Feijão Semeado.
- Com a operação, os traficantes ficaram sufocados por não poderem movimentar o comércio das drogas na região do aglomerado, o que os impossibilitou de continuar lucrando com o tráfico. No desespero, eles partem para cobrar as dívidas antigas, o que resulta em brigas, motins e até assassinatos. Foi louvável a iniciativa da polícia militar em efetuar essa operação em um local onde meia dúzia de criminosos movimentam o tráfico e dá mal exemplo às crianças de famílias sérias e honestas – afirma Saulo.
ESQUADRÃO DA MORTE
Apesar de negado pelo delegado Giovani Siervi, as características dos últimos homicídios em Montes Claros e o envolvimento das vítimas com tráfico de drogas podem estar ligados a um grupo nomeado esquadrão da morte.
- Não acreditamos que exista um esquadrão da morte em Montes Claros, mas sim que alguns dos homicídios registrados nos últimos anos, em que as vítimas estavam envolvidas com o tráfico de drogas, tenham acontecido por acerto de contas – diz o delegado.
Este foi o 18º homicídio registrado neste ano em Montes Claros, o penúltimo com as mesmas características – quando vários homens efetuaram dezenas de disparos contra a vítima, mas por motivos diferentes – foi registrado no dia 28 de março passado, contra José Cândido, conhecido como Candinho, no Bairro Tancredo Neves. O último aconteceu na noite de ontem, no Bairro Canelas II.