Com estreia marcada para os dias 25 e 26 de abril, no Centro Cultural Hermes de Paula, o documentário Luz a quem produz, dirigido pela fotógrafa Nilde Fer, traz ao público um olhar sensível e profundo sobre artistas que, mesmo sem formação acadêmica, desenvolveram trabalhos de excelência técnica.
A produção mergulha na trajetória de oito artistas autodidatas — Cida Macedo, Tiburcio Pereira, Moisés Montes, Jorge Braga, Vera Verissimo, Filomena Almeida, Mariangela Almeida e Carol Boaventura — revelando como cada um encontrou sua identidade criativa a partir da paixão, da dedicação e de um talento genuíno.
Com uma abordagem intimista, o documentário aprovado pela Lei Paulo Gustavo destaca não só as obras, mas também as histórias pessoais desses criadores, que enfrentaram desafios e superações ao longo do caminho. O público é convidado a conhecer suas origens, influências e o processo de despertar artístico de cada um deles.
Nilde Fer conta que o documentário busca revelar a força e a originalidade dos artistas autodidatas. “Eles aprenderam suas técnicas sem ensino formal com muita experimentação e tradição oral. Toda a pesquisa foi feita no ambiente do próprio artista, onde percorremos feiras, bairros, comunidades, ateliês, sempre procurando por artistas locais que tivessem em comum o autodidatismo e a qualidade artística acima da média”, diz.
“O documentário revela detalhes práticos de diversos ofícios, extraindo de cada artista saberes ancestrais e segredos técnicos necessários para um trabalho final de qualidade. Ele também conta sobre seus processos criativos e de quando despertaram para esses talentos”, explica Nilde.
Sobre os desafios, ela explica que todo trabalho possui o seu desafio “ Nos desafiamos quando vamos iniciar algum trabalho e com esse não foi diferente. Apesar da falta de equipamentos necessários e deslocamentos com toda a equipe, fomos muito bem recebidos por cada artista em seu local de trabalho. Todos foram bem acessíveis, onde conseguimos gravar em apenas uma vez o conteúdo com cada um deles. Todo o processo criativo foi muito agradável, com uma equipe empenhada, onde trabalhamos com apenas duas câmeras e pouca iluminação”, diz.
“Espero que o público seja inspirado por esses artistas através de suas experiências e trajetórias que mostram o despertar artístico e o que enfrentaram para seguir. Todos começaram bem jovens e alguns ainda crianças e persistiram, fazendo da arte o ofício deles”, completa a fotógrafa.
O cineasta e roteirista Ronaldo Goc explica que o documentário superou todas as expectativas. “O trabalho apresenta muito mais do que a vida de oito artistas autodidatas. Ele expõe o íntimo, momentos de transição, perdas, decepções e vitórias de pessoas apaixonadas pela entidade arte. Emocionamos muito ao assistir aos bastidores da finalização. Acreditamos que será uma emoção coletiva nas exibições para o público no Centro Cultural. Pretendemos dar sequência nessa proposta de dar luz a artistas montes-clerenses propondo uma segunda busca por esses ilustres”, diz.
A montagem e edição ficaram por conta de Ronaldo Goc, enquanto a educação e a finalização do projeto foram realizadas por Marcelo Souto. As sessões acontecem às 19h e às 20h30 nos dois dias de exibição, com entrada gratuita.