O juiz da Vara de execuções penais, Marcos Antônio Ferreira afastou quatro agentes penitenciários da cadeia pública de Montes Claros na tarde da última quinta, a pedido da promotora Raquel Machado.
Após a expedição de alvarás de soltura pela Justiça, os agentes foram buscar os presos nas celas, mas não teriam se preocupado em conferir a identidade, soltando por engano dois presos.
No último dia 27 de outubro, Francisco de Paulo Souza, preso por porte ilegal de arma, deixou a cadeia em vez de Francisco de Paulo Oliveira, que estava recolhido por não pagar pensão alimentícia.
No dia 2 de outubro, foi a vez de Ricardo Mendes Madureira, que responde à acusação de dois roubos, ganhar a liberdade em vez de Robson Rodrigues Coutinho, acusado de furto. Nos dois casos, os presos que deveriam ter sido soltos ganharam a liberdade quando a confusão foi desfeita.
O juiz Marcos Antônio mandou afastar liminarmente os quatro agentes penitenciários, cujos nomes não foram divulgados, enquanto é concluído o inquérito policial para verificar o envolvimento deles no caso - se foram negligentes ou agiram de má-fé.
Como são contratados, os agentes penitenciários correm o risco de serem dispensados, sumariamente, pela secretaria de estado da Defesa Social.
REUNIÃO
Durante reunião com os comandantes militares e delegados de polícia civil, na quinta-feira, o juiz Marcos Antônio determinou a confecção de um álbum com fotos e identificação de todos os presos da cadeia pública. Outra providência é o aval de um delegado de plantão antes do cumprimento de todo alvará de soltura. Até agora, um oficial de Justiça comparecia à cadeia e os agentes penitenciários faziam a liberação.
O juiz da Vara de execuções penais também determinou a instauração de inquérito para investigar o assassinato de um detento na última terça-feira, 30 minutos após ligar para um advogado e antecipar o crime. O juiz pediu esclarecimentos sobre como um preso da cela 8 conseguiu matar, a golpes de chuço (espeto artesanal), um detento da cela dois.
Quatro câmeras de vídeo também devem ser instaladas nos corredores da cadeia pública para registrar o fluxo de pessoas.