Lucy Soares
Repórter
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Foi inaugurada na última terça-feira a sede da Defensoria especializada na defesa da mulher em situação de violência. A solenidade contou com a presença da Defensora Geral do estado de Minas Gerais, Marlene Oliveira Nery, o prefeito de Montes Claros, Athos Avelino, a delegada da mulher, Maria de Lourdes Narciso, Margarida Almeida, do presidente da OAB, Dalton C. Rocha, vereador Guila Ramos, representando a câmara municipal, Cláudio Maia, representante da Defensoria pública, juízes, promotores e demais autoridades locais.
A sede prestará serviços de atendimentos jurídicos e, principalmente, psicológico, visando a reinserção da mulher violentada, seja de natureza física, sexual, domestica, psicológica ou simbólica. O órgão atenderá a mais de sete cidades próximas de Montes Claros, com psicólogos e assistentes sociais, cedidos pelo estado de Minas Gerais, quatro viaturas e oito servidores da prefeitura unicipal de Montes Claros. Os equipamentos da estrutura física da sede foram comprados pelo governo federal.
A abertura da solenidade contou com a participação do padre João Batista Lopes que fez a benção do local. Logo após Marlene Oliveira, Defensora Geral do estado discursou aos presentes.
- Para combater a violência contra a mulher é necessária uma rede de profissionais, como a que Montes Claros passa a contar. Não podemos admitir a violência contra a mulher de qualquer forma. Por isso estamos realizando um trabalho de resgate da sua auto-estima - disse.
Segundo ela, o apoio do município foi fundamental para a instalação da defensoria, que será uma importante referência.
- Agradeço a todas as parcerias que estão conosco - ressaltou ela.
SEM ORGULHO
Na sua fala, o prefeito Athos Avelino ressaltou que a inauguração da sede não é motivo de orgulho para Montes Claros, pois a sua instalação só confirma o alto índice de violência contra a mulher em Moc.
- Hoje somos a terceira cidade no estado que mais pratica violência contra a mulher, de acordo com pesquisa feitas por acadêmicos universitários. Isto não nos dá nenhum orgulho, mas sabemos da necessidade da defensoria para combatermos esse tipo de crime – disse ele.
Para o prefeito, a partir da inauguração do órgão, naturalmente que a violência contra as mulheres será reduzida.
- As vítimas agora terão mais apoio para delatarem seus agressores, recebendo para isso toda a assistência necessária.
CASA DE ACOLHIMENTO
A vereadora Fátima Pereira – PTB, a única mulher no legislativo municipal, onde exerce a vice-presidência da mesa diretora, e uma das vozes que sempre é ouvida na defesa das mulheres, falou a O Norte sobre a importância da defensoria, lembrando que os indicadores de violência são de fato preocupantes e que justificam plenamente a iniciativa dos governos estadual, federal e municipal.
- O órgão passa a ser um grande aliado da mulher. A polícia civil faz o seu trabalho com muita competência, mas é limitada nas suas ações. Agora vamos dar um acompanhamento para essas mulheres - ressalta a parlamentar.
Segundo Fátima Pereira, além do atendimento da defensoria, a câmara também procura assistir às mulheres violentadas, procurando recursos para que elas tenham um local a que possam recorrer nos momentos em que são alvos de agressões.
- Estamos com um projeto em andamento para criarmos a casa de acolhimento para mulheres vítimas de violência. Muitas mulheres e crianças não denunciam as agressões por medo, por dependência, por não terem para onde ir depois de delatarem os criminosos. A situação financeira não permite. A proposta da casa de acolhimento é receber todas essas mulheres e crianças vitimadas. Queremos essas mulheres respeitadas como cidadãs – conclui Fátima Pereira.