JANUÁRIA – A população da cidade de Januária, há 160 quilômetros de Montes Claros, está assustada com o registro de três homicídios com requintes de crueldade em bairros periféricos onde são altos os índices de criminalidade no município em menos de uma semana.

Segundo informações da assessoria de imprensa da polícia militar de Januária, três homens, todos com passagens registradas pelos meios policiais e suspeitos de estarem envolvido com o tráfico de drogas na cidade.

O primeiro homicídio foi registrado no início da madrugada do último dia 9, quarta-feira,  quando Gleidson Rodrigues de Souza, 24 anos, conhecido nos meios policiais como ‘Beu’, foi alvejado com dois disparos de arma de fogo de calibre ainda não identificado no rosto. O crime aconteceu na rua W do bairro Alvorada, local identificado pela polícia militar com alto índice de crimes violentos, principalmente pelas constantes confusões entre gangues rivais.

Já na noite de sexta-feira, 11, o porteiro Damião Farias da Silva, 29 anos, conhecido nos meios policiais apenas como ‘Damião’ foi assassinado com três disparos de armas de fogo na rua Professor Benedito Casqueiro do bairro Bandeirantes, também identificado com alto índice de criminalidade. Os tiros acertaram o peito, as costas e a perna de Damião que morreu no local.

Segundo testemunhas, um homem conhecido como ‘Ernandão’ estava junto com Damião na hora do assassinato mas saiu correndo.

O terceiro assassinato, registrado menos de 24 horas da morte de Damião levantam suspeitas da população e as autoridades de Januária, de que realmente os homicídios sejam resultado de uma briga entre gangues rivais na disputa pelo poder do tráfico de drogas.

Por volta das 17h30min de sábado, 12, o homem que foi visto por testemunhas com Damião na hora de sua morte foi assassinado com oito tiros na avenida Itapiraçaba do bairro Cerâmica.

Ernane Nunes Brandão, 47 anos, conhecido pelos meios policiais como ‘Ernandão’ foi alvejado com oito tiros que o atingiu no tórax, no ouvido, três na cabeça (nuca, couro cabeludo e no rosto do lado direito), clavícula, e dois nas costas.

No momento do assassinato de Ernandão, seu irmão Edson Nunes Brandão que estava em sua companhia foi alvejado com um tiro nas nádegas mas conseguiu fugir.

Segundo depoimentos prestados a polícia pelo irmão de Ernandão, os irmãos voltavam do velório de Damião quando foram surpreendidos por um homem conhecido ‘Santino’ que efetuou vários disparos de arma de fogo, provavelmente de uma pistola automática.

Em contato com a reportagem de O Norte a dona de casa, Maria (nome fictício) que mora há 30 anos na cidade disse que:

- A cidade está um inferno. Ninguém vai conseguir descobrir ou prender os culpados por estas mortes, porque agora impera a lei do silêncio – desabafou a doméstica.

A delegada Patrícia Aparecida Marques Fernandes Duarte, titular da delegacia de homicídios da 45º delegacia Regional de Polícia Civil em Januária, informou a reportagem de O Norte que todos os crimes ainda estão sendo apurados:

- Ainda é muito cedo para falar em guerra do tráfico. Estamos investigando todos os fatos – disse a delegada.