O XIX Festival Mundial da Cachaça de Salinas acontece neste fim de semana. De sexta a domingo, o público poderá participar de workshop de tecnologia da cachaça do IFNMG, roteiro turístico, passeio ciclístico e shows nacionais, como o do cantor Amado Batista. Conversamos com Jardel Nogueira, responsável pelo setor de cachaça, um entusiasta do ramo e apaixonado por Salinas. Filho de uma família que tem marcas tradicionais da bebida, como Indaiazinha, Seleta e Nova Aliança, ele conta um pouco sobre o evento que reunirá um público de várias cidades brasileiras. Estima-se a presença de mais de 50 mil pessoas.
Como surgiu a ideia de realizar o festival?
O primeiro festival da cachaça de Salinas foi realizado em 2000 e, desde então, aconteceu todos os anos, exceto em 2020 e 2021, em razão da pandemia. O festival foi lançado com a proposta de produtores para divulgar e incrementar os negócios do setor.
As cachaças que serão apresentadas são todas produzidas no Norte de Minas?
A maioria das marcas de cachaças expostas nos estandes são produzidas em Salinas e região. Alguma ou outra marca é oriunda de outra região.
Além da cachaça, quais são os outros produtos que serão expostos?
São expostos produtos e equipamentos do agronegócio, estandes culturais, bancos, concessionárias de automóveis, dentre outros.
Qual o diferencial do festival deste ano?
Depois de dois anos de pandemia, o principal diferencial deste ano é justamente a empolgação que toda população está em torno deste evento. Em relação ao evento em si, a cidade vai ter atrações para todos os gostos. Pela primeira vez, teremos eventos paralelos. Um desfile de boas-vindas ao festival logo na sexta-feira, evento focado na turma das motos (chamado de moto-rock) a partir do meio-dia do sábado. Já no domingo, teremos uma corrida pela manhã e shows a partir das 10h no Complexo da Passarela da Alegria.
O fato de Salinas ter se tornado Capital Nacional da Cachaça trouxe mais público para o festival?
Sim. O título de Capital Nacional da Cachaça colocou a cachaça de Salinas em outro patamar de valorização. Outro fator importante é a Indicação Geográfica.
Quantas marcas irão participar?
Praticamente todos os produtores associados da Apacs, com mais de 50 marcas, algumas de renome nacional e internacional.
Qual a expectativa para esse primeiro festival pós-pandemia?
A expectativa de retorno é altamente positiva, pois envolve a população, produtores. Movimenta a economia do município em muitos setores, como rede hoteleira, bares e restaurantes.
Os produtores de cachaça fazem bebidas mistas e compostas? Quais são alguns exemplos que o público vai encontrar?
A maioria dos produtores comercializam marcas da bebida pura com envelhecimento em dornas de madeiras. Um ou outro produtor produz bebidas mistas e compostas.
Qual a expectativa de valor em negócios durante o festival?
Estima-se negócios em torno de R$ 5 milhões durante o evento.
A cachaça da região já conquistou o mercado externo?
Alguns produtores de Salinas já exportam suas marcas para o exterior, principalmente para os EUA e Europa (Alemanha, Itália, França, Inglaterra e Portugal).
Qual a principal dificuldade do setor?
A maior dificuldade do setor é a falsificação e o comércio clandestino da bebida utilizando o nome “Salinas” como origem do produto nos rótulos.