Tradições culinárias

Expedição gastronômica revela sabores do Norte de Minas

Leonardo Queiroz
leonardoqueiroz.onorte@gmail.com
Publicado em 20/05/2025 às 19:00.
A viagem resultará em uma websérie de dez episódios, composta por imagens gravadas ao longo do trajeto (Carolina Daher)
A viagem resultará em uma websérie de dez episódios, composta por imagens gravadas ao longo do trajeto (Carolina Daher)

Até o próximo domingo (25), Montes Claros acolhe a “Expedição Fartura — Caminhos por Minas”, uma iniciativa patrocinada pela Cemig e cujo objetivo é documentar as tradições culinárias do Norte de Minas. Liderada por Yves Saliba e Carolina Daher, a expedição reúne saberes populares e ingredientes típicos da região.

Durante a expedição, produtores rurais, pescadores, quitandeiras e cozinheiros compartilham vivências e saberes sobre a alimentação local. A proposta é criar um retrato vivo da diversidade alimentar mineira, especialmente em áreas próximas ao Parque Nacional Cavernas do Peruaçu e ao Rio São Francisco.

“Queremos contar um pouco sobre esse sertão mineiro, um lugar que é muito distinto, porque nós todos somos muito mineiros, independentemente de onde estamos. Mas no Jequitinhonha há uma cultura alimentar própria, com elementos do cerrado muito presentes. E, ao mesmo tempo que dialogam bastante com o resto de Minas Gerais, eles fazem de um jeito diferente. A galinhada é com pequi, com a semente e a castanha do pequi. Eles usam os ingredientes de uma forma muito única. E queremos registrar isso”, afirma Carolina Daher.

A diretora de Comunicação e Marketing da Cemig, Cristiana Kumaira, destaca a importância do projeto. “Queremos contribuir para a ampliação e a divulgação das expressões culturais que existem em cada região mineira”.

Em Montes Claros, a expedição visitará o Mercado Municipal, com 600 comerciantes e frutos do cerrado, e contará com a chef Carol Fadel para explorar a influência portuguesa em embutidos. Antes, em Manga, Januária e Itacarambi, a equipe documentou a pesca de surubim, alambiques de cachaça e o doce Cabeça de Frade, feito com cacto da Caatinga.

“Cada cidade tem um enfoque diferente. Em Manga, aprendemos com os pescadores o que é a pesca de barranco, os cuidados que eles têm, quais são os peixes que estão desaparecendo do rio, o que precisa ser feito para que esse rio tão importante na cultura do Norte de Minas e do Nordeste continue sobrevivendo aos tempos. Também aprendemos como fazer dois tipos de preparos de peixe do rio São Francisco. Em Januária aprendemos sobre a cachaça que é uma relíquia mineira, onde entendemos todo o processo desde a corte da cana até o envelhecimento dela nas dornas e ainda fomos num bar onde foi preparada uma caipirinha”, conta a curadora Carolina Daher.

“Em Itacarambi conhecemos o Vale do Peruaçu que não tem como descrever, só vindo mesmo para ver o que é e ficar deslumbrado com este local que o mundo precisa descobrir. E em Montes Claros teremos uma programação até o dia 25 de maio aonde iremos ao mercado conhecer um pouco dessa realidade dos mercados mineiros e ver de perto toda uma vida que acontece dentro desses mercados, o que vende, a apresentação desses produtos, a ligação entre essas pessoas, as histórias que acontecem dentro desse espaço”, acrescenta a curadora.

A jornada será transformada em uma websérie com dez episódios, com imagens captadas durante o percurso. O conteúdo também alimenta o site e as redes sociais do projeto (@farturaBrasil), além de servir de base para os Festivais Fartura.

Desde 2012, o Fartura já percorreu mais de 100 mil quilômetros, passando por cerca de 300 cidades e realizando mais de 260 entrevistas. O projeto também é responsável por eventos gastronômicos realizados no Brasil e no exterior, alcançando cerca de um milhão de pessoas. 

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