Gissele Niza


Repórter


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(fotos: arquivo/ Wilson Medeiros)

Um dos principais problemas de segurança pública de Montes Claros, a superlotação e precariedade do efetivo da cadeia pública, terá que aguardar até a construção do novo presídio para ser solucionado, pelo menos em parte.

Em entrevista exclusiva, na tarde de segunda-feira, 08, na secretaria de estado de Defesa Social em Belo Horizonte, o secretário-adjunto da pasta, Luís Flávio Sapori, informou à reportagem de O Norte que os problemas do cadeião de Montes Claros são de conhecimento do estado, que buscou de todas as formas tentar amenizar o problema.

- Desde o ano passado, a cadeia pública tem passado por reformas para melhorar toda a estrutura, com novas grades, piso e telhado reforçado, passarelas e um circuito interno de televisão. Mas sabemos que o maior problema do local, hoje, é a superlotação, por isso ainda este mês será assinada a ordem de serviço para início das obras de um presídio na cidade com capacidade para 400 presos, pelo governador do Estado, Aécio Neves.

O secretário informou que a obra do novo presídio está orçada em 8 milhões de reais e deverá ser inaugurada no máximo até o primeiro semestre de 2007.

- A reforma emergencial da cadeia pública e a contratação de pelo menos 20 agentes penitenciários para reforçar o efetivo do local efetuada no ano passado foram medidas emergenciais para melhorar a segurança do local, mas a resolução definitiva será mesmo com a inauguração do novo presídio que atenderá toda a demanda de Montes Claros que está entre as cinco cidades com maior índice de violência do Estado.

Sapori observa que a expectativa é que o novo presídio seja inaugurado ainda no 2ª semestre deste ano.

CONFIANÇA

Sobre as questões de denúncias de suspeitas extorsões, tortura e propina no cadeião, Luis Flávio Sapori afirma que as polícia civil e militar de Moc merecem toda confiança do estado, por apresentarem bons resultados no trabalho.

Sapori afirma ainda que, se houver qualquer denúncia de qualquer irregularidade no cadeião, seja extorsão, propina ou tortura, todos os fatos serão aprovados e caso seja comprovado algum envolvimento de quaisquer funcionários, estes serão exonerados e punidos severamente dentro da lei.

DIREÇÃO PERMANENTE

Questionado sobre a nomeação de um diretor definitivo para a cadeia pública de Moc, comandada hoje pelo delegado Saulo Nogueira, da delegacia de repressão a tóxicos e entorpecentes, o secretário adjunto foi enfático ao afirmar:

- Não haverá nomeação de nenhum diretor para a cadeia pública de Montes Claros até a inauguração do novo presídio. O delegado Saulo Nogueira permanecerá à frente da direção da cadeia até que a obra seja concluída e inaugurada.

De acordo com o secretário, a principal meta do Estado hoje é a construção do novo presídio para desafogar o cadeião e atender a demanda da cidade.

- Estamos confiantes no trabalho da atual direção do cadeião, a nomeação de um novo diretor não é nossa prioridade e sim a construção do presídio que é uma questão de emergência para o município.

SITUAÇÃO INSUPORTÁVEL

Em Moc, a reportagem de O Norte ouviu o diretor do cadeião, Saulo Nogueira que afirmou que hoje a situação do local é insuportável, difícil de administrar.

- Mas estamos fazendo o possível, com o apoio de grande importância da pastoral carcerária e do juiz da vara de execuções penais Marcos Antônio, para evitar qualquer tipo de desordem como rebeliões, motins e fugas.

Saulo Nogueira disse ainda que - com as péssimas condições em que os presos estão em um local construído para 90 detentos e que conta hoje com 366 e pelas falhas estruturais é humanamente impossível obter bons resultados, mas estamos trabalhando na solução para estes problemas e, temos certeza que a construção do novo presídio e a nomeação de uma diretoria específica para o local, com acompanhamento de psicólogos, assistentes sociais e advogados, como foi prometido no ano passado pelo superintendente de assuntos penitenciários Agílio Monteiro, a situação melhorará.