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Domingo,21 de Setembro

Estelionatários entregam comparsas: vigaristas fraudavam caixas eletrônicos com aparelho conhecido como chupa-cabra

Jornal O Norte
Publicado em 03/05/2006 às 11:42.Atualizado em 15/11/2021 às 08:34.

Após uma tentativa de suborno frustrada a policiais militares, foram presos em flagrante na manhã de segunda-feira, 1º, os paulistanos Geisebel Maria Correa, 23 anos, e Roberto da Gama Montezuma, 22, em uma agência bancária de Montes Claros. Durante depoimento ao delegado de plantão da polícia civil, Leonardo Miranda entregou os demais integrantes da quadrilha, que conseguiram fugir do cerco policial.



De acordo com os depoimentos dos supostos estelionatários, há dez dias os dois teriam pegado carona na cidade de São Paulo com outro casal que estava em um Pálio de cor vinho, placa CHX7757/SP, e seguiram para a cidade de Governador Valadares, Salinas e no dia 29 teriam chegado em Moc.



O delegado Renato Pena, da delegacia de Vigilância Geral, que está investigando o caso, informou à reportagem de O Norte que Geisebel e Roberto serão ouvidos novamente para esclarecer os crimes praticados pela quadrilha.



- Iremos ouvi-los novamente para esclarecer os fatos e identificar os outros integrantes da quadrilha, pois, segundo Geisebel, era o casal fugitivo que bancava todas suas despesas e as de Roberto.



O delegado informou ainda que recebeu um telefonema na tarde de ontem, terça-feira, de uma suposta advogada de Geisebel e Roberto, dizendo que estaria vindo de São Paulo para acompanhar o casal.



- Estamos aguardando a chegada da mulher que telefonou ontem afirmando que era advogada do casal preso, para também esclarecer os fatos.



A PRISÃO



A prisão do casal suspeito de estelionato aconteceu por volta das 9 horas de segunda-feira, quando a doméstica Rita do Socorro Pereira, 46 anos, desconfiou da atitude de Geisebel e dois homens, quando usava um caixa eletrônico de uma agência bancária no Centro da cidade e chamou a polícia.



No banco, um homem abordou Rita e insistiu para que ela usasse o outro caixa eletrônico, onde estava Geisebel. De posse das características dos homens, a polícia militar encontrou Geisebel, que escondia em sua blusa um aparelho utilizado para fraudar caixas eletrônicos, conhecido como ‘chupa-cabra’. Foram apreendidos com Geisebel R$ 194,71 em dinheiro e diversos comprovantes de movimentações bancárias.



Geisebel informou à PM que estava hospedada no hotel Minas Gerais, em companhia de Roberto e outras duas pessoas.



No hotel foi localizado Roberto, que portava cartões magnéticos do banco Itaú, em nome de Sérgio Santos de Jesus; outro do Bradesco em nome de Daniel Gama Montezuma; e a quantia de R$ 705, em dinheiro.



Até a tarde de ontem, quatro vítimas da quadrilha foram ouvidas pela polícia civil, sendo duas de Moc e duas de Salinas.



Segundo informações da PM, Geisebel e Roberto informaram no ato da prisão que haviam aplicado o golpe em cinco vítimas na cidade de Salinas, oito  vítimas em Governador Valadares e doze em Moc.



SUBORNO



O tenente Alberto Carlos, que acompanhou a prisão do casal, informou à reportagem que Roberto chegou a oferecer R$ 50 mil em dinheiro ao cabo Paulo Borges, para que os liberasse, alegando que em uma hora o valor ofertado estaria na conta do militar.



Se comprovados os crimes praticados que estão sendo investigados, Geisebel e Roberto responderão a processo por estelionato, pena de 1 a 5 anos de reclusão; corrupção ativa, contra a administração pública, pena de 2 a 12 de reclusão; e falsidade ideológica, pena de 1 a 5 anos de reclusão. 



O GOLPE



O Norte acompanhou o depoimento das vítimas da quadrilha de estelionatários, que relataram como o golpe era praticado. Segundo elas, quando chegavam em um caixa eletrônico para sacar certa quantia de dinheiro, um homem desconhecido aproximava-se e informava que o caixa estava quebrado, que não poderia sacar o dinheiro e apontava que o caixa que estava funcionando era o que a mulher, Geisebel, estava utilizando.



Quando a vítima deixava o caixa, os estelionatários utilizavam os dados capturados pelo aparelho de fraudar caixas eletrônicos e sacavam todo o dinheiro da conta.

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