A empresária Yara Souza, nasceu e mora em Monte Azul, Norte de Minas. Tem dois livros coautorais: “Mestre empreendedores do Séc. XXI” e “Quais de mim você procura”. E outro, solo, a caminho: “Menos drama + ação”, que está na editora em conferência final e em breve será lançado. 

Ela foi uma das palestrantes do Empreenda 360, maior evento de empreendedorismo realizado em Montes Claros, em setembro.

Yara conta que a empresa de óculos, que seria encerrada dois anos após inaugurada, conta hoje, com aproximadamente 50 colaboradores.  

A marca já chegou a mais de 14.520 óticas pelo Brasil, e está presente nos 26 estados. 

Yara Souza é técnica em ótica e optometria – bacharel em ciências contábeis – pós graduada em administração de empresa com ênfase em gestão de pessoas –, tecnóloga em designer de produtos, pós graduada em programação neurolinguística e graduanda Psicologia pela Saint Leo nos EUA, além de tecnóloga em química industrial.

“Foi incrível ter a oportunidade de virar a chave em vários negócios, ser uma ferramenta de transformação. Isso nos concede a sensação de cumprir o nosso propósito no mundo. A parte mais incrível são os feedbacks que recebo no meu direct, de pessoas impactadas e decididas a olhar para as dificuldades de uma forma diferente. Tudo é uma mola propulsora para continuar compartilhando a minha história”, ressalta. 

O NORTE aproveitou a visita de Yara a Montes Claros e foi c onhecer um pouco mais sobre a história de sucesso dela.
 
Em sua palestra você contou que ainda criança arrumou R$ 2 emprestados, para vender gelatina. 
Considero esse meu Day One, minha chave de virada! Perdi meu pai aos seis anos, minha mãe tem um problema visual, que a fez perder 95% da visão. Mas a considero a mulher mais visionária que já conheci.Sempre que sacava o salário da minha mãe, ficava um saldo remanescente que não passava no caixa eletrônico. Mas era essencial para ajudar no meu sustento e de mais três irmãos. Após ficar horas na fila, o gerente querendo reduzir o tempo, perguntou o que aquela garotinha fazia lá. Ao mostrar que era apenas R$ 2. Fui embora chorando muito. Cheguei em casa, não contei nada do ocorrido! E disse à minha mãe que queria vender gelatina! ‘Me empresta esses 2,00 que eu vou dobrar esse valor.’ Ela, mesmo sem entender, acreditou na minha capacidade, porém logo falou: mais como você vai vender gelatina se não temos geladeira? Com a minha filosofia de menos drama mais ação, procurei outras possibilidades e pensei no mercadinho que ficava a dois quarteirões, solicitei ela para gelar. Saí vendendo e... ufa! Recuperei o investimento da minha mãe! E abri a minha mentalidade aos sete anos de idade para o empreendedorismo.
 
Como empresária na área de óticas, quais dificuldades enfrentou?
Foram diversas, entre elas, a falta de capital, dificuldades para me capacitar e obter o conhecimento necessário para alcançar meus objetivos. Mas nada disso me impediu de continuar, ampliei a minha visão e me dediquei, com as ferramentas que tinha, e no lugar onde eu estava, como disse o Theodoro Roosevelt “Faça o que pode, com o que tem, no lugar onde você está”.
 
Quais conselhos daria para as mulheres que estão começando a empreender?
Foco, disciplina e capacitação! Esse trio faz mágica! Foco para não se desviar do caminho do seu objetivo, disciplina para fazer o que precisa ser feito, no tempo e condições necessárias, mesmo que seja árdua as ações, a jornada a percorrer, que muitas vezes dê vontade de desistir, que o cansaço bata na porta, nessa hora a disciplina te manterá firme nas ações necessárias para alcançar seus objetivos. E por último, a capacitação. Somos seres em profundo aprendizado, por mais que sabemos algo, sempre tem um espaço para melhorar, e a capacitação é o transporte que te levará aos seus objetivos.

O empreendedorismo está cada vez mais em alta. As pessoas estão mais dispostas a empreender e criar novos negócios?
 Com certeza! Inclusive o empreendedorismo está sendo aplicado nas escolas, o que abrirá a mente dos jovens para empreender, seja para si mesmo ou dentro de uma outra organização. Um mar de oportunidades tem se aberto com a globalização, e o uso cada vez mais constante da internet. Isso contribuiu fortemente para a criação de nichos de negócios digitais, onde não precisa nem mesmo investir em uma estrutura física. Ampliou também o leque de produtos comercializados, que não existiam há algumas décadas atrás, como os produtos digitais, atendimentos virtuais, pelos prestadores de serviço entre outros.
 
Quais as características são essenciais para um bom empreendedor?
Paixão pelo nicho escolhido, disciplina, capacidade de se planejar, mente aberta a novos aprendizados e muita persistência para mudar a rota quando necessário. E não desistir nos primeiros desafios.

Yara Souza
Empresária e palestrante