Combate ao tráfico de drogas

Jornal O Norte
Publicado em 16/11/2006 às 11:31.Atualizado em 15/11/2021 às 08:44.

Somente a delegacia de Tóxicos e Entorpecentes instaurou em 2005: 346 inquéritos, enquanto que em 2006 foram concluídos, até outubro, 354. Foram registradas 54 prisões de traficantes até outubro deste ano, enquanto em todo o ano de 2005 foram apenas 34.



Após intensas investigações, a polícia civil lavrou 14 prisões em flagrante, retirando de circulação quatro dos principais traficantes de drogas de Moc: Fabiano Pereira de Carvalho, apontado como chefe do tráfico de drogas nos bairros Vilage do Lago I, II e III e de corrupção de menores para comercialização de drogas; Adauto Cortês Filho, conhecido como Boliviano, acusado pela polícia de ser um dos principais distribuidores de cocaína e crack na região, utilizando rota internacional partindo da Bolívia, passando por Campo Grande (MS), até chegar a Moc, para abastecer a cidade e região; Acciole Duarte Guimarães, conhecido como Ciola, também apontado como um dos líderes do tráfico na cidade; e Edvar Henrique Guimarães Júnior, conhecido como Júnior Negão, acusado de comandar o tráfico na cidade, Norte de Minas e outros estados do país, através da exportação de drogas da Bolívia.



Antes de ser preso, Júnior Negão foi aprovado no concurso da polícia militar através de fraude, mas não chegou a ingressar na corporação. Segundo investigações da polícia civil, Júnior Negão teria ligações com um dos integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que há meses aterroriza o estado de São Paulo, com atentados terroristas e assassinatos de policiais, e utilizaria a polícia para melhor administrar e organizar o tráfico internacional de drogas em Moc e Norte de Minas. 



Também neste ano, a polícia civil impediu que seis mulheres e três homens levassem drogas para o interior da cadeia pública local.



O titular da delegacia de tóxicos, delegado Saulo Nogueira, lembra que outro fator que pode ser apontado como responsável pela redução dos crimes violentos foi a prisão de Marcos Flávio Alves Moreira, 24 anos, conhecido por Marquinhos Costela.



Costela foi detido pela PC no primeiro semestre deste ano, e é conhecido nos meios policiais como pistoleiro profissional, executando a mando de traficantes.



HOMICÍDIOS



Segundo dados da delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Pessoa, de janeiro a outubro de 2005, 60 pessoas morreram, com uma média de cinco assassinatos por mês. Enquanto que no mesmo período em 2006, 42 casos foram registrados, média de 4,1 casos/mês.



Segundo o titular da delegacia de homicídios, delegado Giovani Siervi, a queda no índice de homicídios está ligada à morte de traficantes e principalmente à prisão de Marquinhos Costela, que é considerado um dos maiores matadores do tráfico da história de Moc.



Marquinhos Costela é apontado como autor de pelo menos cinco assassinatos e investigado em vários inquéritos de homicídios e, atualmente, se encontra à disposição da justiça na cadeia de Moc.



AGRESSÃO DE MULHERES



Ainda comparando o mesmo período, a delegacia de Repressão ao Crime Contra a Mulher registrou em 2005 o total de 36 inquéritos, sendo 24 por abuso sexual e 12 casos de estupro. Já em 2006 foram instaurados 40 inquéritos; desse total, 28 por abuso sexual, e 12 estupros; desse total foram identificados 11 autores.



O aumento no número de instauração de inquéritos interfere de forma gradativa na diminuição dos crimes.



A delegada de Mulheres, Maria de Lourdes Narciso, alerta que o número de mulheres agredidas diariamente em todo país é infinito, mas para que a lei seja cumprida e os agressores presos é preciso que as mulheres denunciem, não deixem que a dor e o medo se transformem em silêncio.



LEIS MAIS RIGIDAS



O delegado regional Aluízio Mesquita lembra também que, para melhorar a situação no país, as leis precisam ser mais rigorosas.



- Como exemplo, a lei de tóxico, editada em outubro de 2006, que leva o usuário a responder com penas alternativas, aliviando–o da cadeia, quando na verdade as leis deveriam ser mais rigorosas, inclusive com o usuário. O usuário é como o receptador, na ausência deste não havia ladrão. Se não tivesse o usuário também não haveria o traficante – finalizou o delegado regional.



UNIÃO DE FORÇAS



O delegado regional disse a O Norte que a redução de 23% dos crimes violentos na cidade é significativa, mas a meta é que nos próximos meses essa redução seja de mais de 50%, como resultado da união de forças entre as polícias civil e militar, juntamente com o poder judiciário, no combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado.



O comandante da 3ª região de polícia militar, coronel Geraldo Magela, ressalta que as policias estão unidas para que essa redução dos crimes violentos seja constante, através do desencadeamento de operações, prisões de assaltantes, traficantes, assassinos e toda espécie de criminoso que comprometa a segurança pública.

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