Até hoje, as mulheres são a maioria na cozinha. Enquanto cerca de 96% delas cozinham, servem a comida e lavam a louça em casa, só 62% dos homens realizam as mesmas tarefas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, os números ganham novos contornos quando o cenário passa a ser uma cozinha profissional: em apenas 7% dos estabelecimentos mais renomados do país há uma mulher no comando, de acordo com o site especializado “Chef’s Pencil”. 

Para a gastróloga montes-clarense Daniela Lessa, o velho ditado machista de que lugar de mulher é na cozinha atualmente foi subvertido para outra lógica. 

“A gente vem conquistando um espaço no mercado de trabalho e, hoje, esse ditado serve para reforçar que lugar de mulher é onde ela quiser, até na cozinha profissional. Eu mesma, sou bacharel em direito, e no meu retorno a Montes Claros, me realizei profissionalmente foi como gastróloga”, diz orgulhosa. 

“Diante do que as mulheres viveram e diante do mundo, a proporção deste espaço para as mulheres chefs em Montes Claros é bem maior se comparado com essa estatística brasileira”, diz Daniela. “Aqui em Montes Claros temos o equilíbrio, justamente por essa maturidade, por essa responsabilidade, cuidado e zelo que as mulheres têm e dos gestores de enxergarem isso”, completa.

Quem confirma esse resultado positivo na maior cidade do Norte de Minas é a chef de restaurante Andrea Pereira. “Tem aumentado o número de chefs nas cozinhas dos grandes restaurantes de MOC, até porque as mulheres vêm demonstrando mais fibra e capacidade de criação do que os homens. A gente não só cozinha, a gente cria pratos diferentes”, relata.  

“Eu trabalhei por 15 anos em um restaurante importante da cidade e hoje estou em outro com a mesma importância porque sou capaz de manter a qualidade e tenho uma veia criativa muito boa. Por isso hoje posso dizer com orgulho que ganho bem e até mais que muitos homens chefs da cidade”, diz satisfeita Andrea.

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