Em suas canções, artista aborda uma miscelânea de sentimentos
A programação das 183ª Festas de Agosto não foi divulgada, mas alguns artistas já estão confirmados para o evento que acontecerá de 14 a 18 em Montes Claros. Além das festas, será realizado, também, o 44º Festival Folclórico de Montes Claros. Uma das atrações é a montes-clarense, a cantora Naluz, de 24 anos, que confessa que é a vida que a inspira, os sentimentos, as pessoas e as situações — “Minhas canções contêm algumas brincadeiras e também abordam diversos temas como autoconhecimento, amores, coisas na vida que dão errado ou coisas que dão certo”.
Como foi o convite para se apresentar nas Festas de Agosto?
Um dos meus sonhos era tocar nas Festas de Agosto no palco principal, mas nunca havia tido a oportunidade, portanto, sim, será minha primeira apresentação das muitas que espero ter. Foi um convite que me deixou muito alegre, não havia chance de recusar, será uma realização enorme para mim. Me sinto parte dessa cena e todo o caminho que sigo é porque me inspirei em alguém que veio antes. Poder levar meu som autoral para um palco desses é certamente uma vitória, um sonho sonhado com meus parceiros musicais daqui e pessoas que acreditam no meu trabalho.
E o início de sua trajetória na música, como foi?
Meu primeiro contato com a música foi através do meu pai. Ele tinha um violão e tocava para mim quando eu ainda estava na barriga da minha mãe. Ele estudou no Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandes (Celf), algo que buscou por si só. Quando fiz 7 anos, meus pais me colocaram no Celf também, onde fiquei até os meus 14 anos, onde me formei em violão popular. Também fiz algumas aulas de teclado e guitarra para experimentar. E algumas aulas de teatro porque era muito tímida. Cantar em eventos na época de escola também ajudou bastante e fui bastante incentivada nesse caminho de me apresentar. Quando escolhi fazer da música meu projeto de vida profissional, me arrisquei e fui para São Paulo, onde a minha música orgânica se transformou em abertura para a modernidade. Lá também pude estudar mais sobre a composição, escrevi um artigo sobre a Prosódia na Música Popular Brasileira e tive algumas aulas de música eletrônica que, para mim, eram antes coisas de outro mundo. Pude também ser mentorada pelo cantor e
compositor Dani Black, o que ampliou meus estudos no tema. Ao longo do tempo, fui percebendo minha paixão pelo processo de composição e pelas trocas musicais, coisas que me movem para buscar novos horizontes no caminho musical.
E as suas composições? Nos conte um pouco.
Considero a composição uma frente bastante forte para mim. Geralmente componho as canções no formato voz e violão, o instrumento me permite acessar algumas outras sonoridades, experimentações em harmonias e caminhos que podem me surpreender. Não sou apegada a regras musicais nem formas, mas também sou muito caprichosa no que me proponho, gosto de compor com propósito. A verdade é que faço o que me empolga, e compor, me expressar, experimentar e transformar me empolgam.
Como você avalia sua carreira?
Nesse momento, sinto um crescimento na minha carreira, é um momento em que me decidi pela música autoral e por arriscar seguir meus sonhos. Já compus canções para o disco de um amigo da música eletrônica chamado Fel C e também compus uma canção gravada pela Banda Mais Bonita da Cidade. Tenho alguns parceiros de composição e espero lançar mais material em breve. Lancei nesse ano de 2024 meu EP Catártica Caótica Cromática, EP gravado e produzido por Eduardo Rozeira, com arranjos inspirados na música eletrônica sem perder de vista a poesia do regionalismo. Para quem ainda não me conhece e quer ter um gosto do que virá nas Festas de Agosto, recomendo que ouça esse EP! Foi trabalhado com muito carinho.
Faça um convite para os leitores (as) para o seu show:
Para mim, é muito gratificante poder falar diretamente com vocês, leitores. Fico daqui imaginando que carinhas são essas lendo um jornal do norte de Minas. Aproveito para convidá-los para nos conhecermos ou reencontrarmos pessoalmente nas Festas de Agosto de 2024! Fique de olho na programação que será linda, e convido especialmente a todos para comparecerem ao meu show. Trarei, juntamente com a banda que me apoia, Pedro Dias, Max Dias, Matheus Leite, Ísis da Mata, Daniel Risada, Elaine Oliveira e Jéssica Hayeska, brilho nos olhos e catarse musical. O público é a alma do show, a energia de vocês será muito bem-vinda. Dê-nos a oportunidade de tocarmos você e te levar para uma experiência catártica, caótica e cromática. Até já!