A polícia civil de Montes Claros está investigando a procedência da moto utilizada por Jackson Fabiano Rocha, 21 anos, e Alisson Martins de Freitas, 23, suspeitos de praticar vários assaltos na cidade.
A moto Tinta de cor azul, placa HAF 3167, foi apreendida na última terça-feira, 18, durante uma tentativa de fuga que resultou na prisão de Jackson e Alisson, na Vila Guilhermina.
O delegado José Messias, da delegacia de Furtos e Roubos, informou à reportagem de O Norte que a mãe de um dos suspeitos de praticar os assaltos se apresentou como proprietária da moto, mas que, após averiguações, foi constatado que os documentos da moto estão no nome de uma pessoa da cidade de Betim.
Questionado sobre as suspeitas de que a moto pertence a um cabo da polícia militar de Moc, o delegado informou que existem comentários de que a moto seria de um militar, mas não há nada confirmado ainda. O primeiro passo das investigações é saber quem é realmente o proprietário do veículo e se existem mais pessoas ligadas aos assaltos praticados pelos suspeitos Jackson e Alisson.
A reportagem procurou o comandante do 10º Batalhão de polícia militar, tenente coronel Hely José Gonçalves, que afirmou que, quando foi informado de que existem suspeitas de que a moto utilizada nos assaltos pertenceria a um policial militar, ligou para o delegado José Messias e colocou a PM à disposição da polícia civil para que os fatos sejam apurados. E que, se for comprovada alguma ligação do militar na prática dos delitos, ele será punido severamente.
Questionado pela reportagem sobre a conduta do militar que teve seu nome ligado aos suspeitos de assaltos, o comandante do 10º BPM respondeu que o cabo responde a processo administrativo.
EXTRA-OFICIAIS
A reportagem de O Norte buscou junto a amigos e conhecidos dos militares e de Jackson e Alisson, informações sobre as suspeitas que foram levantadas no que diz respeito à moto apreendida.
Um comerciante conhecido do cabo informou que, no dia da prisão de Jackson e Alisson, o cabo teria comentado em seu estabelecimento comercial que estava com medo de seu nome ser ligado aos assaltos praticados pelos
bandidos. Ainda segundo o comerciante, o militar havia informado que a moto é sua e que a teria emprestado para os homens, mas não sabia que seria para a prática de assaltos.
Outra informação, que não foi confirmada pela polícia civil, é que as suspeitas de que o proprietário da moto seja o militar surgiu de uma ligação feita por sua esposa, que também é militar, preocupada com o destino dos suspeitos que foram encaminhados no mesmo dia ao cadeião.
A PRISÃO
Jackson e Alisson foram presos na manhã de segunda-feira, após tentativa de fuga que teve início na Praça Coronel Ribeiro e terminou dentro da casa de uma família na Vila Guilhermina.
Após furtarem um aparelho de som da marca Pionner de um veículo Fiat Uno 147, de cor bege, no Centro de Moc, Jackson e Alisson, pararam em frente à casa lotérica Mapa da Fortuna, localizada na Praça Coronel Ribeiro, quando depararam com um detetive da polícia civil e iniciaram a tentativa de fuga na moto Titan de cor azul, placa HAF 3167.
Uma equipe da polícia civil iniciou perseguição na tentativa de prender os assaltantes que, na Rua Juventino Gomes, Vila Guilhermina, abandonaram a moto e dois capacetes, um vermelho e outro prata, e começaram a pular muros de residências para fugir da polícia.
Quando chegaram à Rua Antônio Froes, os bandidos pularam o muro da residência de número 104, onde depararam com Luara Inês Chaves, 21 anos, sua irmã de 17 anos e um bebê de um ano e nove meses.
Quando uns dos homens percebeu a presença da criança e se abaixou para pegá-la como refém, Luara tentou proteger a filha no exato momento em que os policiais chegaram em sua residência e efetuaram a prisão de Jackson, que estava com o braço esquerdo sangrando. Em seguida, Alisson foi preso nas proximidades da escola Elói Pereira em uma locadora de equipamentos de construção.
Jackson e Alisson confessaram a prática de assalto e foram encaminhados à cadeia pública.
Informações de populares que presenciaram a tentativa de fuga de Jackson e Alisson são de que um dos homens efetuou um disparo de arma de fogo ainda em cima da moto. A polícia civil não conseguiu localizar a arma dispensada pelos acusados de assalto durante a fuga.