Foi indiciado nesta segunda-feira, 26, pela delegacia de repressão aos crimes contra pessoa de Montes Claros, Willian Souza Charles, de 22 anos, acusado de ser o autor da tentativa de homicídio contra o cabo da polícia militar, Ananias Buriti da Silva, 34 anos, registrado na noite do último dia 15, na rua Risério Leite do bairro Morrinhos.
O delegado Giovani Siervi, concluiu o inquérito e o encaminhou a justiça, após ouvir o cabo Ananias que ainda encontra-se hospitalizado, testemunhas e os quatro acusados de envolvimento no crime, entre eles um menor de 17 anos.
Segundo informações do delegado, o cabo Ananias está consciente mas não se lembrou dos fatos do dia do crime e não teve condições de reconhecer o autor dos disparos.
Willian, que já era conhecido nos meios policiais por ter ferido um detetive com uma facada nas costas há alguns meses, foi preso no dia do crime e encaminhado a cadeia pública, onde permanece à disposição da justiça.
DEPOIMENTOS
No dia do crime o delegado Giovani Siervi, ouviu Willian que negou o crime, mas assumiu que estava na laje da casa do militar na hora do disparo; e mais dois homens que foram liberados após prestar depoimentos.
No último dia 20 também foi ouvido o menor acusado de ser o autor dos disparos contra o cabo. O menor afirmou que as drogas apreendidas no dia do crime eram suas, que estava na laje da casa do militar na hora do crime, mas que não atirou e nem sabe quem foi o autor dos disparos.
Também foi ouvido durante a conclusão do inquérito, no dia 22 deste mês, Jessé Maycon Silva, 22 anos, acusado de ter dado fuga ao menor. Maycon informou que apesar de ter tirado o menor do centro da cidade, voltou para sua casa para dormir e negou que estivesse no local do crime.
Ainda, segundo o delegado Giovani Siervi, os outros acusados de participarem da tentativa de homicídio contra o cabo não foram indiciados por terem fugido do flagrante e por falta de provas.
O CRIME
O crime aconteceu por volta das 22h30min do dia 15, quando o policial percebeu um movimento na laje de sua casa e saiu para verificar o que se tratava. Na laje, segundo testemunhas, quatro homens faziam uso de drogas e, logo que perceberam a presença do cabo, efetuaram quatro tiros de revólver calibre 32 em sua direção, acertando-o no tórax, lado esquerdo.
Cabo Ananias caiu com o impulso do tiro a cerca de 3 metros da laje de sua residência até o chão e segundo informações não confirmadas pelos médicos que cuidam de seu restabelecimento, pode ficar tetraplégico.
CASA DE CABOCLO
Após o crime, várias versões foram relatadas por testemunhas e vizinhos do militar. Em entrevista a O Norte, um servente de pedreiro que não quis se identificar informou que:
- Há algum tempo os traficantes estavam querendo pegar o cabo Ananias que sabia dos crimes cometidos por eles. O que comenta-se é que foi uma “casa de caboclo”, para que o militar não comprometesse o comércio de drogas no local – disse o trabalhador.
DROGAS APREENDIDAS
Na manhã do dia seguinte ao crime, durante perseguição aos autores do crime, policiais do Gate - Grupo de ações táticas especiais e do Canil foram informados do endereço do menor acusado de ser o autor dos tiros.
Na residência, os policiais encontraram, escondidos debaixo da cerâmica da sala, 500 gramas de crack e duas buchas de maconha; duas perucas que poderiam ter sido utilizadas na prática de assaltos; uma balança de precisão e outra balança grande, várias caixas de bicarbonato de sódio puro que, segundo a PM, seria utilizada pelos traficantes na mistura da cocaína; um caderno com anotação do comércio de drogas; diversas embalagens de drogas; e R$ 308 em dinheiro escondidos em um travesseiro.
As drogas, como afirmou em depoimento, pertenciam ao menor acusado de ter atirado contra o militar.