Blitze se integram à rotina das noites de Moc: além dos mais de cem homens nas ruas, um helicóptero reforça a segurança

Jornal O Norte
Publicado em 24/05/2006 às 11:26.Atualizado em 15/11/2021 às 08:36.




(fotos: Wilson Medeiros)



Gissele Niza


Repórter


onorte@onorte.net



As noites montes-clarenses não são mais como as de antigamente. O alto índice de criminalidade leva às ruas da cidade mais de cem policiais militares durante a operação Jubileu de ouro, que tem como principal objetivo reduzir em mais de 50% o índice de crimes e obter os melhores resultados dos últimos cinco anos na cidade, em comemoração aos 50º anos do 10º BPM. Segundo a PM, desde o último dia 04, quando foi iniciada a operação, os índices de crimes violentos já foram reduzidos em 30%.





Inicialmente, as atividades da operação estavam limitadas a um corredor de segurança diário, onde os policiais eram divididos em seis avenidas com maior fluxo de veículos. Os policiais que realizavam serviço interno no 10º BPM estão nas ruas, com apoio de homens da tropa de choque e da moto rotam, abordando veículos e pessoas suspeitas, principalmente motos e bicicletas, veículos que estavam sendo utilizados diariamente pelos criminosos em assaltos pelos quatro cantos da cidade.



BLITZE NOTURNAS



Em nova fase, a operação desde a semana passada, como noticiou O Norte com exclusividade na edição de quarta-feira, 17, além do corredor de segurança, os policiais estão efetuando constantes batidas policiais noturnas nos aglomerados com alto índice de crimes violentos e tráfico de drogas.



Ontem, a operação teve início às 17 horas, com o reforço de um helicóptero da polícia militar de Belo Horizonte, no corredor de segurança no Trevo das Três Pilastras do Bairro Major Prates; na Avenida Osmane Barbosa do Bairro JK; e na Avenida Santos Drumond, do Bairro São José.



Às 19h, os policiais foram deslocados para batidas policiais no aglomerado Vila Campos e bairros Canelas, Jaraguá e Olga Benário onde, na tarde de segunda-feira, foi registrado o 23º homicídio em Moc neste ano. O capitão Jaime informou à reportagem que a operação Jubileu de ouro já aponta números positivos no índice de criminalidade da cidade.



- Somente na primeira semana de operação, o índice de criminalidade foi reduzido em cerca de 30%. Nossas expectativas é que essa redução caia progressivamente. Várias prisões já foram efetuadas, drogas, armas e vários veículos irregulares apreendidos. E até o dia 31 de dezembro estaremos nos aglomerados, nos becos e ruas de toda a cidade, para obter os melhores resultados dos últimos cinco anos no combate à criminalidade em Montes Claros – afirma o capitão.





APROVAÇÃO



O empresário Carlos Almeida, 47 anos, afirmou a O Norte que essas ações são primordiais para que a população se sinta segura:



- Há muito tempo precisávamos de ações rigorosas, da presença maciça de policiais nas ruas, de que realmente os órgãos responsáveis pela segurança pública na cidade tomassem atitude e mostrassem para os bandidos que as leis devem ser cumpridas e que os cidadãos de bem não podem ficar encurralados em casa como se fossem prisioneiros. Devemos aplaudir e cobrar cada vez mais das policiais militares, civis e federais proteção para os inocentes e repressão rigorosa para os criminosos.



Para a doméstica Cristina Santos, 28 anos, Moc estava tomada pelos bandidos e até então a polícia estava escondida:



- Não entendo por que só agora a polícia resolveu ir às ruas. É tarde, mas é válido. A situação estava insuportável, com assaltos, homicídios, bandido para todos os lados e onde estava à polícia? Agora dá até para respirar...  Tomara que essas ações continuem e que cada vez mais sejam punidos os bandidos que tiram a vida de nossos amigos e parentes para comprar drogas. Queremos a paz de volta.



O vendedor ambulante Anderson Soares Dias, 18 anos, afirma que a melhor coisa que aconteceu em Moc nos últimos anos foi a polícia ir para as ruas:



- Quero ver os bandidos peitarem a polícia agora! Esses vagabundos agora vão ter o que merecem. Eu nunca vi tanto assalto, o povo do meu bairro (Renascença) estava vivendo como tatu, escondido em casa. A polícia está de parabéns, mas tem que pegar pesado, prender mesmo e acabar com esse negócio de bandido dominar tudo para comprar droga. Se eles querem se drogar, vão trabalhar para comprar... Eu não trabalho vendendo frutas para ir para as festas? É a mesma coisa...

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