Gissele Niza
Repórter
onorte@onorte.net
A penitenciária de segurança máxima de Francisco Sá, localizada a 54 km de Montes Claros, recebeu ontem, terça-feira, pela primeira vez, criminosos de alta periculosidade de outro estado do país. Eles seriam financiados, para suas ações, pelo PCC – Primeiro comando da capital, organização criminosa que, dias atrás, aterrorizou a capital paulista. Isto foi demonstrado inclusive, durante a rebelião, por faixas de agradecimento ao PCC afixadas pelos rebelados em frente ao presídio capixaba.
Sete veículos da polícia federal de Moc dão segurança à
transferência no aeroporto local
(fotos: Wilson Medeiros)
Após o último final de semana marcado por rebeliões em penitenciárias e incêndios em ônibus no estado do Espírito Santo, os cinco criminosos mais perigosos do estado foram levados da sede da Superintendência da polícia federal, em Vila Velha, para o presídio de Francisco Sá, construído com estrutura modelo dos melhores presídios do mundo, inclusive com dispositivo que impede o uso de celular.
Os traficante Fernandes de Oliveira Reis, conhecido como Fernando Cabeção; Antônio Marins, conhecido como ; e os assaltantes de banco Erasmo Sérgio Alves, Cléber Nunes de Oliveira, conhecido como Doutorzinho, e Gilmar Luiz Lima deixaram a sede da PF em Vila Velha por volta de 13h30, seguiram para o aeroporto de Vitória em viaturas blindadas, onde embarcaram em um avião da Força Aérea Brasileira com destino a Montes Claros, onde chegaram às 15h30.
Os criminosos foram escoltados por homens do Comando de operações táticas da polícia federal que chegaram do Espírito Santo especialmente para realizar a transferência dos criminosos. Ao chegarem, sete viaturas da polícia federal de Moc escoltaram os criminosos até a penitenciária de Francisco Sá.
Polícias federais capixabas ao lado do Turbo Hélice
procedente de Vila Velha - ES
O avião da FAB, um Turbo Hélice com capacidade para 30 passageiros, desembarcou no aeroporto de Vitória por volta das 10h45 desta terça-feira com 15 policiais federais do Comando de operações táticas procedentes de Brasília - DF.
DE VOLTA AO CADEIÃO
Para abrigar os cinco criminosos do Espírito Santo foi determinada a transferência dos detentos José Carlos Eulálio e Ismael Soares Ferreira, presos por formação de quadrilha e assassinato do empresário Djalma Freitas, em 2004; Elimar Jorge Ferreira Sales, Waldemir Tavares e Alcindo Barbosa, conhecido como Mineiro, esses três presos por tráfico de drogas.
DESEMBARQUE - Os cinco bandidos que se rebelaram no Espírito Santo e que seriam ligados ao PCC chegam ontem ao aeroporto local, de onde são transferidos pela polícia federal para o presídio de segurança máxima de Francisco Sá, o antigo Brejo das Almas
Os cinco presos foram transferidos para a penitenciária de Francisco Sá no dia 05 do mês passado, por determinação da Vara de execuções penais de Moc, acusados de serem os líderes do início de uma rebelião no cadeião.
O princípio de rebelião no cadeião teve início no dia 03 do mês passado, quando os presos foram informados da determinação do juiz Marcos Antônio, que suspendeu por 30 dias a entrada de alimentos no local, para evitar a entrada de drogas, celulares e objetos que possam comprometer a segurança do local. A determinação foi prorrogada por tempo indeterminado.
NADA A DECLARAR
O Norte tentou durante toda tarde de ontem contato com a secretaria de defesa social de Minas Gerais para saber a posição do governo quanto a transferência dos cinco criminosos do Espírito Santo, pois o município de Francisco Sá conta hoje com de apenas 19 policiais militares e 5 civis, efetivo insuficiente para atender a demanda caso parentes e comparsas dos presos mudem para cidade, porém foi informado de que a secretaria não tinha nada a declarar.
Por volta das 17 horas, a reportagem falou por telefone com a assessora do governo do Estado, Cristina, que informou que após alguns minutos a secretaria de defesa social divulgaria uma nota a imprensa com a posição do governo sobre a transferência, porém até o fechamento desta edição a nota não havia sido divulgada.