Logotipo O Norte
Quinta-Feira,19 de Junho
variedades

As faces do amor

“Ame, por mais torto que pareça ser aquele amor” aconselha entrevistada

Alexandre Fonseca
Publicado em 12/06/2023 às 20:51.

Na última segunda-feira (12), os casais brasileiros comemoram o “Dia dos Namorados”. Nesta data, milhares de pessoas celebraram a sorte de terem encontrado um parceiro ou uma parceira. De acordo com o “poeta das coisas simples”, Mario Quintana, os enamorados são a força propulsora do mundo - “Os que fazem amor não estão fazendo apenas amor, estão dando corda ao relógio do mundo”. 

Para celebrar uma das datas mais românticas do ano, O NORTE ouviu algumas histórias de amor e superação. Histórias que nos fazem acreditar que, para o amor, sentimento nobre cantado por músicos e versado por poetas, todas as portas estão sempre abertas.

“Eu vivo intensamente todos os meus amores, eu sorrio, choro, sofro, e recomeço quantas vezes for preciso. Até que chegue um amor que fique pra sempre”, relata a funcionária pública, Érica Lima; morado do pequeno distrito de Vista Alegre, região de Claro dos Poções. Para Érica, o amor é sempre uma prodigiosa oportunidade. Mas, para ela, nem tudo foram flores. Seu parceiro, Wanderson Alves, é oito anos mais novo do que ela; algo que desencadeou preconceitos e olhares tortos. 

“No início, eu escutei muito preconceito das pessoas, falando que eu não tinha vergonha na cara, como os pais dele aceitavam uma coisa dessas, mas isso nunca fez diferença pra mim, já namorei homem 20 anos mais velho, e também escutei da mesma forma. Eu acho que amor não tem idade, e sim, conexão! Quando duas pessoas se conectam, não importa a idade se é oito anos mais novo, ou 20 anos mais velho!” comenta a funcionária pública.

Érica conta que tudo começou como uma brincadeira. “A mãe dele que foi nosso ‘cupido’, tudo começou cm uma brincadeira, uma mulher bêbada mexendo com ele, e a mãe dele mandou eu ficar abraçada com ele, e falando pra mulher que eu era namorada dele, e que eu era muito ciumenta, pra ver se ela saia de perto. Aí isso foi como um gatilho pra nós: começou com um abraço, depois uma troca de olhares, troca de mensagens. Depois disso, todos os dias a gente ficou até hoje, e já vamos pra 7 meses”, completa. 
 
O AMOR SECRETO
Infelizmente, para alguns, o amor é vivido em “segredo”. O casal homossexual norte-mineiro, Daniel Silva, psicólogo, e Hudson Rodrigues, enfermeiro, que se conheceram através de um aplicativo de relacionamento, conta que, devido ao preconceito, algumas pessoas, incluindo familiares, não sabem da relação dos dois. “Não sei se as dificuldades são maiores, mas são distintas, principalmente em relação a família. A aceitação ainda é um problema para os casais gays” comenta Daniel. 

Entretanto, apesar de todo o preconceito, o casal comenta que é bastante feliz e resolvido. “Estamos juntos a praticamente quatro anos e, nesse período, altos e baixos aconteceram. Se não fosse o amor não estaríamos mais juntos, ele é sinônimo de tolerância, respeito, empatia, carinho e cumplicidade”, completa Hudson. 
 
O AMOR COMO RECOMEÇO
Ananda Francine é um exemplo de maternidade. Grávida durante a adolescência, a supervisora pedagógica precisou recomeçar a vida e se reinventar como mulher. Algo que ela tirou de letra. Entretanto, assim como para outras mães que decidem dar uma nova chance aos relacionamentos, o receio foi algo que a pegou no início. 

“No decorrer do relacionamento, quando a gente traz o parceiro pro nosso dia a dia, até a família que o parceiro tem influencia. E, no amor, principalmente pra mim como mãe, sim, porque eu não sentiria atração e amor por alguém que eu não admirasse como trata minha filha, que é a pessoa mais importante e centro da minha vida” diz. 

Através de pessoas em comum e algumas curtidas no Instagram, Ananda se aproximou do comerciante, Jorge Prates. Com o primeiro beijo ocorrido na Expomontes, a supervisora pondera que a relação somente acrescentou e afastou seus medos. “Meu parceiro tem objetivos, planos futuros e perspectivas muito parecidas com as minhas. E, ainda assim, me mostrou uma visão de vida, mundo diferente do que eu tinha, isso abriu minha cabeça e visão pra muita coisa” completa. 

Para aqueles que temem experienciar uma relação amorosa, a dica de Érica Lima é: “se permita viver o amor, ame, por mais torto que pareça ser aquele amor, se for pra dar errado, ame mesmo assim. Amor não tem idade, não tem tamanho, raça, cor, sexo. Só Ame! E se der errado, e só recomeçar e amar de novo” aconselha. 

Compartilhar
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por