Fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiram ontem à noite suspender por 10 dias no Estado de São Paulo a greve iniciada há 64 dias, após a juíza federal substituta Marcelle Carvalho conceder liminar determinando o fim da paralisação no Porto de Santos.
Outros Estados decidem hoje se voltam ao trabalho, enquanto Rondônia e Pará já anunciaram a suspensão da greve.
O veredicto prevê multa diária de R$ 10 mil caso o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência de São Paulo descumpra a decisão.
Os medicamentos e matérias-primas retidos no Porto de Santos e nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos devem ser liberados a partir de hoje pelos fiscais da Anvisa.
Face às reivindicações, o governo se conprometeu a encaminhar ao Congresso anteprojeto de lei em 30 dias, garantindo aos servidores admitidos a partir de 1999 os mesmos direitos do demais - isso se a paralisação for "imediatamente" suspensa no País.
O Ministério do Planejamento também se dispôs a dar prosseguimento às negociações sobre reajuste salarial.
Por conta da greve, exames e fornecimento de remédios fundamentais para a população começam a ficar comprometidos. Ontem, o Hospital das Clínicas de São Paulo, o maior do País, anunciou que os exames ambulatoriais de HIV e hepatite C estão suspensos por falta de medicamentos. Os testes de emergência continuam sendo efetuados.