Logotipo O Norte
Quarta-Feira,18 de Junho
variedades

Amor sem barreiras

No mês dos namorados, C.K, soropositiva, celebra o amor que venceu tudo

Larissa Durães
Publicado em 06/06/2023 às 20:00.

No mês dos namorados C.K de 39 anos, soropositiva há mais de 20 anos, celebra mais do que o amor, celebra a vida e a alegria de ter encontrado alguém para dividir os dias. O parceiro de C.K é uma pessoa sorodiscordante, (que não vive com HIV). “Meu companheiro não é soropositiva e precisou passar por tanta provação. Ele aceita também outras pessoas que são soropositivas, que são pessoas do meu convívio”, informa.
Para ela, até o companheiro chegar em sua vida e trazer ainda mais alegria, o caminho também não foi fácil. Foram muitas as barreiras a serem vencidas. Apesar de todos os obstáculos, desde o momento em que soube ter a doença, ela não desistiu de encontra o amor. “Não é porque tenho essa doença que não posso amar e ser amada”, ressalta.
 
DESAFIOS
Quando C.K tinha 21 anos, se descobriu soropositiva. Dentro deste processo ela foi acolhida por muitos, mas sofreu preconceitos que acabam causando dor e deixando. Tanto nas relações de amizades, quanto nos namoros, ela passou por dificuldades. “Até tentei relacionamento com pessoas soropositivas, mas também não deu certo. Há quase dez anos encontrei a pessoa certa. Ele me aceitou como eu sou”, diz radiante. 

C.K hoje é um membro fixo do Grupo de Apoio à Prevenção e aos Portadores da AIDS (GRAPPA) em Montes Claros. O apoio encontrado no grupo faz toda diferença na sua vida. Foi isso que a ajudou a encontrar sua força e a enxergar que ela pode tudo que quiser, que não precisa se restringir de nada “A maioria de nós, mulheres soropositivas, pensamos que só podemos nos relacionar com quem também é. Porque só um soropositivo pode aceitar um outro soropositivo. Não é assim. Precisamos desmistificar isto, porque não é verdade. Não é porque sou soropositiva que devo me relacionar só com quem é. A mulher tem total capacidade de se relacionar com quem não é. Pode acontecer um não, mas pode acontecer um sim, como no meu caso”, explica. 

Mas ela é enfática ao afirmar que o requisito para poder ter um relacionamento saudável com quem não é soropositivo, principalmente, é ser sincera e sempre se prevenir. “Mesmo usando preservativo, pode estourar, então, a pessoa tem que ter confiança de que você está tomando remédios, a pessoa não pode estar com você por engano. Tem um público que não toma a medicação, então, o preservativo é a coisa mais segura para prevenção”, explica. 

Apesar de todas as dificuldades e barreiras, C.K se sente realizada e feliz e grande parte disso, ela credita ao amor. “Chego a me arrepiar em falar sobre isso. Eu não falo para todo mundo sobre ser soropositiva, mas encontrar alguém que está comigo, mesmo eu sendo portadora do vírus, e que me entende, me acolhe, me ampara, me aceita e me ama, não é algo simples”, afirma uma C.K mais do que feliz.

Compartilhar
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por