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54% dos brasileiros fazem uso da IA, aponta pesquisa

Em 2024, o Brasil liderou o uso de IA na criação de conteúdo, superando a média global

Márcia Vieira
marciavieirayellow@yahoo.com.br
Publicado em 21/01/2025 às 19:00.
Para a psicóloga Marcela Andrade, em relação ao uso da Inteligência Artificial: “informações tendem a ser generalizadas e há uma desconexão do processo criativo” (Arquivo pessoal)
Para a psicóloga Marcela Andrade, em relação ao uso da Inteligência Artificial: “informações tendem a ser generalizadas e há uma desconexão do processo criativo” (Arquivo pessoal)

Em 2024, o uso da Inteligência Artificial (IA) na criação de conteúdo no Brasil superou a média global. O resultado está em uma pesquisa realizada pela IPSOS e Google, que entrevistou 21 mil pessoas em 21 países. Enquanto a média no mundo é de 48%, 54% dos brasileiros revelaram recorrer à ferramenta.

O advogado Eduardo Barbosa encontra na utilização de tecnologias de Inteligência Artificial uma forma de se sentir integrado e atualizado em relação às tendências contemporâneas. “Já utilizei, por exemplo, o Chat GPT para estudos e para traduzir texto em outro idioma. Achei útil. Mas para trabalhar não. Embora saiba da existência de algumas ferramentas úteis na advocacia, eu ainda gosto do trabalho artesanal, daquilo que eu mesmo escrevo. E mantenho a leitura pelo livro físico para exercitar a mente. Não gosto de Kindle ou coisa do tipo. Este ano li três livros e todos físicos”, diz o profissional, considerando ainda que a IA auxilia, mas não é 100% funcional. 

Em recente viagem à Europa, ele e um grupo de amigos utilizaram a ferramenta para o roteiro. “Usamos o Chat GPT como ponto de partida, na elaboração do nosso roteiro, com sugestões de rotas e restaurantes. Foi bastante interessante, mas alguns hotéis sugeridos já não funcionavam mais, então é preciso estar atento”, sugere. 

A psicóloga Marcela Andrade corrobora a necessidade de manter a mente ativa e faz uma análise do impacto da IA no cotidiano. “Uma sociedade viciada em respostas rápidas gera uma redução do desenvolvimento de habilidades humanas e sociais. Informações tendem a ser generalistas e há uma desconexão com o processo criativo”, alerta.

Apesar desse “perigo”, a psicóloga destaca que a inteligência artificial é um dos avanços mais significativos da nossa década. “Embora essa tecnologia, assim como outras inovações, possa ser utilizada para fins negativos, como a disseminação de fake news, golpes financeiros e adulteração de imagens, não podemos ignorar os benefícios proporcionados por ela”, analisa. 

Para Marcela, a IA proporcionou a democratização e a facilitação do aprendizado em diversos contextos. “O ChatGPT, por exemplo, chama atenção por sua capacidade de produzir linguagem semelhante à humana, adaptando-se a diferentes situações. Por outro lado, muitos profissionais autônomos, especialmente aqueles que atuam em áreas como design e escrita, temem algum impacto negativo na valorização de suas atividades, dado o aprimoramento constante dessas ferramentas. Ainda assim, é importante reconhecer as limitações criativas da IA”. 

Como referência, a psicóloga utiliza a sua própria formação. “A psicologia, por exemplo, demonstra claramente a importância do trabalho humano. Mesmo com acesso a uma ampla base de informações sobre autores e teorias, a interpretação e a aplicação dessas ideias dependem de um profissional capacitado, que alie empatia e conhecimento para atender às necessidades específicas de cada pessoa”, conclui.

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