Uma a cada quatro pessoas com suspeita de varíola dos macacos em Minas recebe o diagnóstico da doença após submeter-se ao teste. A taxa de positividade de 24% – semelhante à registrada no 1º pico da pandemia da Covid – é considerada elevada por infectologistas, que também cobram a realização de mais exames.
De acordo com o médico Unaí Tupinambás, ex-integrante do Comitê de Enfrentamento ao coronavírus em Belo Horizonte, o índice ideal é abaixo de 5%. Ele alerta para o risco de subnotificação.
“Infelizmente, a gente está fazendo pouco teste. Temos uma doença muito ativa. Há muitas pessoas contaminadas e poucas suspeitas sendo testadas. Todo indivíduo suspeito de estar com a doença tem que fazer o teste”, afirma.
Cerca de 80 amostras chegam à Fundação Ezequiel Dias (Funed) por dia. Segundo o analista do Serviço de Virologia, Marcos Vinícius Ferreira Silva, são necessários três dias para divulgar diagnóstico.
“É uma demanda espontânea das unidades de saúde que podem coletar a amostra e encaminhar para o laboratório. Cabe ao profissional de saúde notificar o caso e recolher a amostra via PCR. Para isso, é recolhida a amostra da secreção ou a crosta (feridas na pele) e, então, iniciamos uma série de procedimentos para detectar o material genético do vírus”, disse.
Referência no país para o diagnóstico do vírus monkeypox, a Funed analisou amostras de 1.210 pessoas entre junho a agosto. Quase mil eram de mineiros e 138 de outros estados.
LETALIDADE BAIXA
Mais de 300 casos de varíola dos macacos foram confirmados em Minas. Uma pessoa morreu em BH – foi o 1º óbito registrado no país. Apesar da baixa letalidade, as pessoas não podem baixar a guarda. E é preciso mais ações de conscientização.