(Agência Minas)
No segundo semestre deste ano, a saúde em Minas Gerais foi agraciada com uma notícia positiva e promissora. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, um acontecimento relevante tomou forma: a alocação significativa de recursos no valor de R$ 10 milhões para impulsionar a pesquisa da Calixcoca. Esta é uma vacina terapêutica inovadora que visa combater a dependência de cocaína e crack. Seu desenvolvimento teve início em 2015, conduzido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Serão R$ 10 milhões disponibilizados à UFMG para que não percamos tempo e a universidade consiga iniciar as pesquisas clínicas em humanos, a fim de disponibilizar o mais breve possível para a população brasileira essa vacina tão fundamental e inovadora. Minas Gerais tem muito que se orgulhar”, comemorou o secretário Fábio Baccheretti.
DADOS
Estima-se que, em 2021, cerca de 22 milhões de pessoas tenham consumido cocaína, o que representa 0,4% da população adulta mundial. Os dados, apresentados no Relatório Mundial sobre Drogas 2023 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), ainda indicam que, no Brasil, essa foi a droga estimulante mais consumida no período. Pensando nisso, o professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Frederico Duarte Garcia, coordena estudo para o desenvolvimento de uma vacina para tratar a dependência de drogas. A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
“Das pessoas que consomem a droga, sabemos que uma em cada quatro se tornará dependente, o que é uma quantidade expressiva e resulta em um importante problema de saúde pública”, conta o professor. Garcia está à frente de uma equipe multidisciplinar, formada por pesquisadores das áreas de Química, Farmácia e Medicina, responsável pelo desenvolvimento da Calixcoca.
O estudo encontra-se em fase avançada, tendo obtido resultados promissores na fase de testes pré-clínicos. “Caminhamos, agora, para o registro desse medicamento na Anvisa para, com isso, conseguir a autorização para estudos com humanos”, esclarece o pesquisador.
A Fapemig é uma das agências financiadoras do trabalho, tendo apoiado, especialmente, o início do projeto. Por seu caráter inovador, a vacina já teve patente depositada no Brasil e nos Estados Unidos – da qual a fundação é cotitular – e, atualmente, concorre ao Prêmio Euro de Inovação na Saúde
*Com informações da Agência Minas