Em resposta à situação de emergência decretada pelo município, os novos leitos de pediatria, recentemente inaugurados no Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira (HCMR) na última segunda-feira (6), foram rapidamente ocupados. A maioria desses leitos está sendo ocupada por crianças com síndrome respiratória aguda ou com suspeita de dengue, gerando uma demanda crescente por atendimento por parte dos pais. Na próxima semana, está prevista a entrada em funcionamento de mais leitos no HCMR.

A médica, reitora da Funorte e cofundadora do HCMR, Raquel Muniz, enfatiza que o ideal seria que tanto crianças, quanto adultos não precisassem de hospitalização. Mas, ainda segundo a médica, em uma cidade densamente populosa como Montes Claros, manter uma infraestrutura hospitalar é imperativo. O desafio de garantir leitos pediátricos e, um serviço de qualidade e acessível a todos começou a partir de uma experiência pessoal dentro de sua própria família. 

Sendo natural de Montes Claros, Raquel sempre fez questão de que seus filhos nascessem na cidade, e o mesmo aconteceu com sua nora, grávida de sua primeira neta, Júlia. Infelizmente, ao nascer, a pequena Júlia precisou de uma UTI neonatal, que não estava disponível em Montes Claros na época. Foi a partir dessa situação que Raquel e seu esposo, Ruy Muniz, os fundadores do Hospital Mario Ribeiro, perceberam a deficiência na área de pediatria e a urgência de dotar o município de recursos adequados. “Inauguramos a UTI que serve a toda região e agora, com a união de esforços, a gente entrega para a cidade e para o Norte de Minas mais leitos de UTI, leitos clínicos e enfermaria”, reforça a médica. 
 
ALÍVIO 
Carla Francisca Santos, mãe da pequena Isabela, de um ano e dois meses, suspeita que a filha esteja com dengue. “Ela reclama de dor de cabeça, dor de barriga e febre há dois dias. Procurei o posto de saúde no bairro Independência e eles me encaminharam para o HC. Nos outros hospitais, está muito difícil conseguir atendimento e acho que por isso já me mandaram para cá”, diz. 

Dwight Eisenhower levou o filho de 12 anos para a pediatria do hospital e relata que não passou por outra unidade de saúde antes, por avaliar o atendimento do Mário Ribeiro como de primeiro mundo. “Infelizmente, o colapso da cidade não é só na saúde, mas esse é o ponto principal. Como a maioria dos trabalhadores, preciso de atendimento pelo SUS. E se temos aqui na cidade uma estrutura dessa, para que procurar outro? Aqui tenho certeza de que tem os aparelhos necessários”, afirma Eisenhower, que já precisou dos serviços do HCMR em outra ocasião e também o avaliou como muito positivo. 

Para Jhonatan Rodrigues, diretor clínico do HCMR, a ampliação de leitos é de suma importância para a cidade e traz um certo alívio aos pais que diariamente percorrem as unidades de saúde com os filhos pequenos. 

“O número de crianças que tem ficado grave nos hospitais, que precisam de leitos e não têm disponível, está fora de controle. Essa abertura de leitos hoje vem para acalmar e cuidar também dos pais que ficam preocupados ao ver os filhos adoecendo”, diz Jhonatan. O diretor revela, ainda, que os gestores do hospital estão atentos à possibilidade de precisar de mais leitos, devido aos números na situação atual.

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