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Sábado,23 de Novembro
saúde

Tratamento de ceratocone é lançado em MOC

Hospital das Clínicas colaborará com o SUS para atendimento com abordagem inovadora

Leonardo Queiroz
Publicado em 25/08/2023 às 19:05.

Dr. Paulo Ferrara com os fundadores do Hospital das Clinicas Dr. Mário Ribeiro, Ruy e Raquel Muniz e equipe médica (Leonardo Queiroz)

O Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro (HCMR), em Montes Claros, recebeu na última sexta-feira (25) a visita do médico Dr. Paulo Ferrara para lançamento do serviço de tratamento de ceratocone pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na oportunidade foi realizada uma palestra com equipe médica e direção do hospital e, em seguida, a realização de cinco cirurgias de ceratocone. 

O Dr. Paulo Ferrara, criador da técnica ortopédica “Anel de Ferrara” que corrige a curvatura corneana alterada pelo Ceratocone e restitui a qualidade de vida ao paciente, fortalecendo a córnea, diminuindo a miopia e o astigmatismo, e melhorando o conforto e a visão, explica a importância do tratamento — “A ceratocone é uma doença que atinge principalmente parte da população jovem, uma doença incapacitante que impede que o portador da doença participe da vida normal do cidadão realizando suas atividades intelectuais e físicas sendo muito incapacitante e podendo levar à cegueira imediatamente à medida que a doença evolui”, explica. 

O médico comenta que teve a oportunidade de dar o pontapé inicial em MOC, mas que esse é um procedimento já realizado em mais 80 países. No Brasil é realizado desde 1996 com uma sólida base e confiabilidade extrema. “O anel é Implantado dentro da córnea, corrige a deformidade e impede a progressão da doença devolvendo ao paciente para atividades laborais rapidamente e tem um efeito psicológico importantíssimo na comunidade que ele vive: pais, mães, familiares e amigos que sofrem com a doença do cidadão ou criança. A criação do atendimento desse serviço aqui no município é de extrema importância e tem um cunho social bastante importante”, ressalta Ferrara. 

Antes da introdução do Anel de Ferrara, o médico destaca que não havia opções de tratamento disponíveis. As alternativas eram limitadas ao uso de lentes de contato, transplante de córnea ou o paciente era excluído da sociedade devido à sua incapacidade visual.

Para o paciente que realiza a troca frequente de lentes ao ano, Dr. Paulo faz um alerta — “É um sinal do ceratocone essa necessidade de troca frequente de correção. O paciente que é alérgico e coça muito o olho e ainda enxerga mal também é uma dica. O tratamento quanto antes melhor, porque a única coisa que trata o ceratocone é o implante do anel. A lente de contato é para reabilitar a visão e não tem nenhum efeito no custo da doença. Nosso celular é usado como babá eletrônica, nossas crianças ficam dentro de casa e não tomam sol e coçam os olhos. O coçar os olhos é a principal causa da evolução da doença e isso acontece, porque o paciente é alérgico, ele está dentro de casa, o clima é muito seco e o uso da tela restringe as atividades ao ar livre o que é terrível. E celular depois das 18h de forma alguma”, completa o médico. 

O contrato do SUS com o HCMR foi firmado em um ano para realização de 700 cirurgias oftalmológicas, sendo 500 de ceratocone e 200 cirurgias de crosslinking da córnea, método um pouco mais simples e menos invasivo que o Anel de Ferrara.

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