Christine Antonini
Repórter
Há quase 20 anos, no Brasil é obrigatório que todos os hospitais que possuam maternidade façam o exame “Teste do Pezinho” no bebê recém-nascido. Através do teste é possível diagnosticar precocemente doenças que, caso não sejas tratadas, possam prejudicar o desenvolvimento das crianças. Com o passar do tempo, surgiu o “Teste da Orelhinha” – que serve para detectar se a criança tem ou poderá ter algum tipo de problema de audição. O que poucas mães sabem é que desde 2014, hospitais e maternidades da rede pública e particular passaram a ser obrigados a fazer o “Teste da Linguinha” em recém-nascidos.
EXAME
O objetivo do exame é detectar se existe alguma alteração no chamado frênulo, membrana que liga a língua à parte inferior da boca, também conhecido como freio. A alteração pode gerar a popular língua presa. Contudo, muitas mães não conhecem o exame. Deborah Vieira era uma delas. Mãe da Ana Lívia, nascida em 2016, ela conta que fez os testes da orelha e do pezinho, e que no segundo exame foi constatada a fibrose cística.
- Nunca ouvi falar sobre o Teste da Linguinha. Acho importante que o hospital informe sobre isso. Uma informação que deve partir até mesmo do pediatra – diz Deborah.
Segundo o médico pediatra, Iuri Sanzio Souto, todos os hospitais que possuem serviço de obstetrícia e atendimentos aos recém-nascidos devem divulgar, informar e serem estruturados a fim de que seja feita esta avaliação antes da alta hospitalar.
- O problema na língua do bebê pode acarretar uma série de problemas, como limitar os movimentos da língua na função de sucção do seio materno e alimentação do recém-nascido e, futuramente, causar dificuldades na fala e linguagem do indivíduo – enfatiza o especialista.
TESTE COBRADO
A mãe de João Ribeiro, de dois meses, Juliana Ribeiro diz que conhecia o Teste da Linguinha, porém, na maternidade Hospital Santa Casa, foi informada de que o exame era feito pela instituição, mas pela rede particular.
- Até então eu não sabia que o teste era gratuito, conforme determina a lei. Quando João nasceu, me disseram que eu deveria voltar ao hospital para realizar o exame, que custaria R$ 70 – relata.