Tatuagens cobrem cicatriz do câncer de mama

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Jornal O Norte
25/10/2016 às 07:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 15:48

Christine Antonini
Repórter









 



O câncer de mama é a doença que mais atinge as mulheres. Neste ano já foram registrados 57 mil casos da doença no Brasil. Existem vários tipos de tratar o câncer de mama. O tratamento mais adequado vai depender do nível de estágio do câncer – os mais comuns são quimioterapia, radioterapia e a cirurgia (retirada da mama).

Além da saúde, o câncer de mama também afeta a autoestima da mulher, já que durante o processo de tratamento podem acontecer perda dos cabelos e a retirada da mama.

A mastectomia é o procedimento cirúrgico de retirada total ou parcial da mama, associada ou não à retirada dos gânglios linfáticos da axila (esvaziamento axilar).

Tatuagem Estética
Além da cirurgia de reconstrução da mama, outro processo adotado pelas mulheres que enfrentaram o câncer é a tatuagem estética. Esse tipo de procedimento pode ser feito para desenhar auréola ou cobrir a cicatriz deixada pela cirurgia.

Tatuador há 21 anos, Guilherme Mendes, conhecido como VeimTatoo, também trabalha com a micropigmentação de aréola em mulheres que passaram pela mastectomia ou por imprudências cirúrgicas.

- A tatuagem é feita de forma que possa recuperar toda a coloração danificada. O mesmo se faz com o mamilo em formato 3D, em caso de perda total da região afetada.  Percebo que as mulheres pós-tatuagem conseguem recuperar a autoestima e se verem como mulheres de novo – explica o tatuador.

EXPERIÊNCIA SOLIDÁRIA
Depois que o tatuador Maurício Holanda teve um câncer do tipo Sarcoma de Ewing – doença que atinge as células embrionárias, prejudicando os ossos – ele começou uma campanha para tatuar gratuitamente mulheres que tiveram câncer de mama. O objetivo desse tipo de trabalho, segundo o tatuador, é ajudar as mulheres a lidar e superar o câncer de mama e a mastectomia.

- Essa doença nos acompanha mesmo depois de curados. É uma sombra permanente e por isso é necessário lançar um novo olhar sobre o problema. As tatuagens normalmente são feitas sob a cicatriz, não para apagar o passado, mas para convencer a si próprio que as batalhas fazem parte da vida e as cicatrizes dela mostram que não saímos ilesos, porém renovados – pontua Maurício.

Em 2008, Ana Cláudia Soares dos Santos de 47 anos, descobriu que estava com câncer de mama, e que não era somente um tumor, o câncer era raro – doença de Paget – que atinge a auréola do peito.

- Quando recebi o diagnóstico foi um choque, mas meu principal objetivo era ficar boa, não me preocupei muito com a perda da mama. A mastectomia abala muito a mulher, mas saber que a cura virá é mais importante – relata Ana Cláudia.

Foi através do amigo da filha que Ana Cláudia conheceu a campanha de Maurício Holanda e resolveu cobrir a mama afetada com o câncer.

- A gente se ver com outro olhar depois da tatuagem. Ficou bem natural. O trabalho dele é muito lindo eu só tenho que agradecer pela gentileza e sensibilidade.

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