Indicadores de qualidade dos serviços, certificações e protocolos de segurança permitirão aos usuários SUS fazer escolha do Hospital (SES/Divulgação)
Na quinta-feira (21), a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) deu início em Montes Claros ao Projeto SUS Escolha, uma iniciativa inovadora que permitirá aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) escolher o hospital onde realizarão cirurgias eletivas. O projeto será testado durante seis meses na cidade, com possibilidade de expansão para outras regiões do estado, caso os resultados sejam positivos. A escolha de Montes Claros para sediar o projeto piloto foi aprovada em maio deste ano, em reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB-SUS). A formalização ocorreu com a publicação da Deliberação nº 4.694.
O evento de lançamento contou com a presença de lideranças da saúde, como Dhyeime Thauanne Pereira Marques, superintendente regional de saúde de Montes Claros, e Daniela de Cássia Domingues, superintendente de Regulação do Acesso da SES-MG, além da presença de gestores de hospitais da cidade.
Parceria
Presente no evento, a diretora do Hospital Mário Ribeiro, Luciana Santana, afirma que o hospital está preparado para mais essa parceria com o Estado e com o município. “Posso afirmar que estamos preparados para atender o público do Sistema Único de Saúde (SUS) com excelência. Desde sua concepção, o hospital foi idealizado como um espaço de alta tecnologia voltado para o tratamento dos pacientes do SUS. Nos últimos dois anos, lideramos o ranking de cirurgias eletivas em Minas Gerais, um marco alcançado graças a três fatores principais Primeiramente, a parceria com o Centro Universitário Funorte e outras instituições de ensino foi fundamental. Essa colaboração nos oferece uma retaguarda que permite dedicar tempo e atenção de qualidade aos pacientes, preparando-os adequadamente para as cirurgias. Esse suporte tem sido indispensável para o sucesso do nosso trabalho. O segundo fator é o corpo clínico altamente qualificado. Reunimos profissionais de excelência, vindos das principais capitais do país, que se dedicam com compromisso à causa do SUS. Nosso time valoriza os pacientes do sistema público, tratando-os com respeito, seriedade e aplicando as melhores práticas disponíveis no país. E, por fim, o parque tecnológico,nosso grande diferencial. Utilizamos equipamentos de última geração para realizar procedimentos minimamente invasivos, o que nos posiciona como o maior centro de cirurgia minimamente invasiva do interior de Minas Gerais. Esse investimento em tecnologia reflete diretamente na qualidade dos procedimentos, reduzindo complicações, diminuindo o tempo de internação e atraindo profissionais de destaque. Hoje, posso afirmar com confiança que o Hospital Mário Ribeiro está pronto para essa missão. “, enfatizou.
Autonomia
Para a representante comercial Nívea Martins, de 42 anos, o Projeto SUS Escolha é uma iniciativa incrível. “Com esse projeto, cada um de nós tem a liberdade de escolher o hospital em que queremos fazer a nossa cirurgia. Isso é fundamental, porque nos permite participar ativamente do nosso tratamento e escolher um lugar onde nos sentimos mais confortáveis e seguros. ”, diz. <EM>
Como funciona o SUS Escolha
O projeto será implementado inicialmente para seis tipos de cirurgias: colecistectomia (remoção da vesícula biliar); colecistectomia por videolaparoscopia (remoção da vesícula biliar utilizando técnica menos invasiva do que a cirurgia aberta); hernioplastiaincisional; hernioplastia inguinal bilateral; hernioplastia crural unilateral e hernioplastia umbilical. A escolha do hospital será feita por meio de um sistema informatizado, que disponibilizará indicadores de qualidade assistencial, como taxas de infecção e mortalidade cirúrgica, além de certificações e protocolos de segurança.
Os pacientes cadastrados na fila de espera poderão selecionar o hospital de preferência, desde que respeitadas as pactuações e contratos vigentes. Os hospitais participantes terão a responsabilidade de oferecer serviços de qualidade e divulgar dados assistenciais.
Ampliação e impactos
Além dos moradores de Montes Claros, o projeto poderá beneficiar pacientes de municípios vizinhos que possuem pactuação com a cidade, como Mirabela, Juramento e Claro dos Poções, Glaucilândia e Itacambira. Para a superintendente Dhyeime Marques, a escolha de Montes Claros reflete a importância histórica do município, considerado o berço do SUS, e reforça o protagonismo da cidade em inovações para a saúde pública.
“A iniciativa destaca o compromisso da gestão com a autonomia dos usuários e a transparência nos serviços de saúde. Se bem-sucedido, o modelo poderá ser replicado em outras regiões de Minas Gerais e até mesmo em nível nacional”, afirmou a superintendente.