Previsão é de que 19.260 animais recebam uma coleira impregnada com deltametrina 4%
Coleira tem ação repelente contra o mosquito transmissor do parasita da leishmaniose visceral (SES-MG)
Neste primeiro semestre de 2023, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros está intensificando o acompanhamento e monitoramento das ações de implantação do Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral nos municípios de Francisco Sá, Jaíba, Montes Claros, Grão Mogol e Fruta de Leite. Os trabalhos foram iniciados em 2021, com a realização de treinamento de profissionais de saúde das localidades que foram selecionadas pelo Ministério da Saúde, para compor a primeira etapa do Programa que envolve 132 cidades do país.
Além dos cinco municípios da SRS Montes Claros, o Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral tem a participação de sete municípios que estão na área de atuação da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Januária: Itacarambi, Manga, Montalvânia, São Francisco, São João da Ponte, São João das Missões e Varzelândia. Na área de atuação da GRS de Pirapora, o município selecionado foi Santa Fé de Minas.
A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa grave, sistêmica e que pode causar a morte de pessoas se não for tratada. No meio urbano, o principal reservatório da doença são os cães.
Por esse motivo, a referência técnica das coordenadorias de vigilância epidemiológica e de saúde da SRS Montes Claros, Bartolomeu Teixeira Lopes, explica que “a definição dos primeiros 132 municípios selecionados pela Coordenação de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial do Ministério da Saúde, levou em conta as localidades que nos últimos três anos apresentaram alta, intensa, ou muito intensa transmissão da leishmaniose visceral”. Nesse contexto, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) participa da execução do Programa proporcionando suporte técnico aos municípios para a implementação das ações de campo e monitoramento de indicadores.
Nos municípios da área de atuação da SRS, além da realização de testes rápidos para detecção da leishmaniose em cães, a previsão é de que 19.260 animais recebam uma coleira impregnada com deltametrina 4%. A substância tem ação repelente contra o mosquito transmissor do parasita da leishmaniose visceral. O insumo é de uso exclusivo em cães, a partir de três meses de idade, e deve ser trocado a cada seis meses.
“Para o controle da leishmaniose em áreas que apresentam alta incidência de transmissão da doença, serão realizados oito ciclos de encoleiramento de cães. Em alguns municípios o trabalho já está em fase adiantada e os resultados observados pelos técnicos são positivos, além da boa aceitação por parte da população pelo fato de viabilizar o controle de uma doença que pode ser fatal”, observa Bartolomeu Lopes.