A maior demanda para doação na região Norte e Nordeste do Estado é pela cirurgia de rim (SES-MG)
Ocupando a segunda posição no país com 7.091 pessoas na fila de espera para a realização de cirurgias de transplantes, dentro das ações do Setembro Verde a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) reforça a mobilização das secretarias municipais de saúde para a realização de movimentos de sensibilização da população para a importância da doação de órgãos e tecidos.
No Norte de Minas o trabalho foi iniciado dia 1º de setembro, durante reunião da Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde (CIB-SUS), realizada em Montes Claros. Participaram secretários de saúde de 86 municípios, técnicos e dirigentes do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems), da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) e das Gerências Regionais de Saúde de Januária e Pirapora.
“Hoje a gente conscientiza... Amanhã, nós ou quem a gente ama pode precisar!”, a referência técnica da Fhemig e do MG Transplantes em Montes Claros, Mayara Durães Bicalho, destacou que o trabalho dos gestores municipais de saúde para a mobilização da população quanto a importância da doação de órgãos ou tecidos é de fundamental importância.
Isso porque, “enquanto a fila de espera pela realização de transplantes chega a 66.291 pessoas em todo o país, no ano passado 45% das famílias de potenciais doadores recusaram formalizar as doações. No Norte e Nordeste de Minas, esse percentual de recusa foi de 33%, enquanto 378 pessoas aguardam a oportunidade de realizar a cirurgia”, alertou a referência técnica.
Mayara Bicalho entende que “se em vida uma pessoa manifesta o desejo de ser doador de órgãos ou tecidos e torna isso do conhecimento de familiares, a situação poderá ser modificada reduzindo a fila de espera”. Na opinião da referência técnica, se em cada um dos 86 municípios que compõem a macrorregião de saúde do Norte de Minas for implementada uma ação em prol da doação de órgãos e tecidos, as pessoas poderão começar a pensar diferente em relação a esse gesto que pode salvar a vida de muitas outras pessoas.
Entre 2020 e agosto deste ano foram concretizadas nas regiões Norte e Nordeste de Minas Gerais 162 doações de múltiplos órgãos e 171 doações de córneas. Por outro lado, foram realizados 361 transplantes, distribuídos da seguinte forma: 193 de rins; 88 de fígado e 80 transplantes de córneas. Atualmente a Santa Casa de Montes Claros realiza seis tipos de transplantes: rins, fígado, pâncreas, medula óssea, córneas e de tecidos músculos-esqueléticos. A busca por doadores é realizada diariamente pela Organização de Procura de Órgãos – (OPO´s), em todos os hospitais do Norte e Nordeste de Minas.
Das 378 pessoas residentes no Norte e Nordeste de Minas que estão na fila para a realização de transplantes, a maior demanda é pela cirurgia de rim (344), seguido por córnea (26) e fígado (8). Já em nível nacional, as maiores demandas de transplantes são para: rim (37 mil 112); córnea (25.391); fígado (2.248); pâncreas/rim (393); coração (382); pulmão (170); pâncreas (48) e multivisceral (7).