Um dos maiores problemas para combater o HIV é agir nos reservatórios do vírus - locais do corpo humano em que o micro-organismo se esconde, dificultando o alcance pelos medicamentos antirretrovirais
Cientistas da França descobriram uma proteína presente em soropositivos que pode servir como um rastreador desses santuários. Detalhes do trabalho foram publicados na última edição da revista britânica Nature. Segundo o estudo, o alvejamento do reservatório do HIV é necessário para conseguir uma cura, uma vez que ele representa um grande obstáculo à erradicação dessa doença através da terapia antirretroviral.
A equipe usou como base, resultados de pesquisas anteriores que mostraram as células T CD4 como uma das responsáveis por abrigar os reservatórios do vírus. Essas estruturas foram, então, procuradas em amostras de sangue de 12 pacientes infectados pelo vírus da Aids e tratados com antirretrovirais.
CD32a
Os investigadores encontraram a proteína CD32a, que é expressa na superfície das células T CD4 contaminadas. Para eles, a descoberta se encaixa perfeitamente na tática buscada por outros colegas para combater o HIV escondido nos reservatórios: o desenvolvimento dessa estratégia é baseado na identificação de marcadores específicos que diferenciam as células do reservatório do HIV das suas contrapartes não infectadas. O estudo mostra que a CD32a cumpre os critérios necessários de um biomarcador para células T CD4. Isso torna possível implementar a estratégia de ‘morte’ do HIV”, detalha a pesquisa.
Os cientistas ressaltam que mais pesquisas são necessárias para que seja possível confirmar o papel da CD32a como um marcador dos reservatórios de HIV, mas que e a equipe reforça que os achados são um passo importante para a criação de estratégias de tratamento para a cura do HIV.