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Acompanhamento

Programa Filhos de Minas beneficiará mais de 5 mil gestantes no Norte de Minas

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 26/05/2025 às 19:00.

O Governo de Minas Gerais anunciou nesta segunda-feira (26) o lançamento do programa “Filhos de Minas”, em Montes Claros, visando diminuir a mortalidade materno-infantil através do fortalecimento do acompanhamento pré-natal na rede pública de saúde. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) lidera a iniciativa, que está em consonância com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para reduzir esses índices até 2030. O vice-governador Mateus Simões participou do evento. A meta do governo é distribuir 38,7 mil kits de pré-natal em 2025, com mais de 5 mil destinados exclusivamente ao Norte de Minas, representando um investimento de R$ 12,5 milhões.

Sobre a escolha da região para o lançamento da campanha, o vice-governador relatou ser uma estratégia. “Infelizmente, essa ainda é uma das regiões com os maiores índices de mortalidade materno-infantil, muitas vezes por falta de um pré-natal adequado. Com o acompanhamento correto, conseguimos reduzir esses óbitos em até 50%”, destacou Simões. Segundo ele, a entrega do kit é também uma forma de dar boas-vindas ao bebê e incentivar as mães a realizarem o pré-natal.

O programa oferece um kit com itens essenciais, como roupinhas, agasalhos, toalha, cobertor e bolsa. Para receber o benefício, é necessário estar cadastrada no Bolsa Família, realizar pelo menos cinco consultas de pré-natal até a 28ª semana ou sete durante toda a gestação, além de manter a vacinação em dia. 

Para Agle Giacomo dos Santos, de 24 anos, moradora do bairro Novo Delfino, em Montes Claros, o programa pode incentivar outras gestantes a realizarem o pré-natal. Mãe de Emmanuel, de cinco anos, e grávida do segundo filho, ela destaca também a importância de um olhar mais atento por parte dos profissionais de saúde. “Acho que sim, vai incentivar. Mas é importante que as gestantes sejam ouvidas e recebam mais atenção dos profissionais”.

Ela relata que enfrentou dificuldades para manter o acompanhamento adequado. “Às vezes, a gestante não consegue ir ao PSF e é julgada por isso. Mas nem sempre é culpa dela, pode ser por problemas de saúde ou pela dificuldade de locomoção”, explicou. Desde o início da gestação, precisou buscar atendimento por conta própria. “Era eu quem tinha que correr atrás, buscar atendimento. Muitas vezes não conseguia e acabava passando mal.”

Agle também ressaltou a importância do cuidado com a saúde da mãe, além do bebê. “Muitas vezes olham mais para o bebê e esquecem que a mãe também precisa estar bem para cuidar dele”, concluiu.
 
IMPACTOS E RESULTADOS
O acompanhamento da eficácia do programa será realizado em parceria com os municípios. “Nosso foco principal é garantir que o pré-natal aconteça, pois ele tem impacto direto na redução da mortalidade materno-infantil. Para isso, é fundamental o convênio com as prefeituras. Até o momento, 839 municípios já aderiram ao programa”, disse Simões.

Ele conta que os agentes de saúde e médicos serão responsáveis por registrar no sistema as informações sobre as consultas realizadas. “Apenas as gestantes que tiverem o pré-natal comprovado no sistema receberão o kit, o que gera um estímulo para que o acompanhamento seja feito”, explicou. O monitoramento e a entrega dos kits ficarão sob responsabilidade das prefeituras. Atualmente, Minas Gerais conta com 206 maternidades na Rede de Atenção ao Parto e Nascimento e registrou 148.449 partos em 2024.

Sobre a estrutura regional, Simões destacou que Montes Claros, como polo de saúde, também será beneficiado com a expansão do programa para cidades vizinhas. “Na verdade, praticamente todos os municípios do Norte de Minas já estão no programa. Apenas sete ainda não aderiram. Isso melhora inclusive a condição de Montes Claros, que deixa de ser tão pressionada por atendimentos desnecessários”, afirmou. Com o pré-natal adequado, muitas intervenções podem ser resolvidas nos municípios de origem. “O recém-nascido que precisa de alta complexidade só será encaminhado para Montes Claros quando realmente necessário, e isso libera a capacidade da cidade para os casos graves”, completou.

A iniciativa também reforça a Atenção Primária à Saúde, que em 2024 já cobre integralmente 665 municípios mineiros. A meta é alcançar os 853 até 2026. Desde 2021, já foram investidos R$ 904 milhões na infraestrutura da rede básica, como Unidades Básicas de Saúde (UBS) e retomada de obras paralisadas.

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