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Domingo,24 de Novembro

Primatas transformados em vilões da febre amarela

Os primatas estão sendo eliminados pelo homem que acredita que eles sejam transmissores da febre amarela. Errado: não são

Jornal O Norte
28/01/2017 às 07:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:51

Mais de 80 primatas, em sua maioria, bugios, morreram com suspeita de febre amarela nessas últimas semanas no Espírito Santo. Nos últimos dias, as estimativas atualizadas apontam a morte de milhares de outros indivíduos no mesmo estado.

A atual epidemia, que atinge as zonas rurais de Minas Gerais e Espírito Santo, não ameaça apenas os humanos, mas populações inteiras de primatas. Além da doença, os macacos também correm o risco de serem eliminados pelos seres humanos por falta de informação, pois em algumas localidades existe a crença de que eles sejam transmissores do vírus. Não são.

O último surto de febre amarela em macacos ocorreu entre 2008 e 2009, no Rio Grande do Sul, e causou a morte de mais de dois mil bugios, infectados pelo vírus ou assassinados por pessoas desinformadas sobre o ciclo da febre amarela.

TANTO QUANTO NÓS
Primatas são vítimas da doença tanto quanto os humanos. O primatólogo Fabiano Melo, pesquisador responsável pelo Programa de Conservação Muriquis de Minas, afirma que as espécies de macacos nativas do Brasil, por não terem tido um contato histórico evolutivo com o vírus, tendem a ter baixa resistência ao seu contato.

- A doença é transmitida apenas pelos mosquitos e que os macacos, mesmo doentes, mal servem de reservatório do vírus, porque acabam morrendo muito rápido. Além disso, os primatas se comportam como sentinelas, sinalizando a presença do vírus – informou.

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