Nos últimos anos, um novo fator de risco para o câncer tem sido identificado em diversos estudos. A obesidade e o sobrepeso, já considerados uma epidemia pela Organização Mundial de Saúde podem favorecer o surgimento de importantes tumores, como na mama, estômago, cólon, pâncreas e endométrio. Contudo, ainda havia dúvidas sobre a força do papel desempenhado pela gordura no desenvolvimento da doença. Agora, uma equipe internacional de pesquisadores argumenta que há evidências suficientes para fazer essa associação. Enquanto o câncer é a principal causa de morte em todo o mundo, a prevalência da obesidade mais do que dobrou nos últimos 40 anos.
Os pesquisadores fizeram uma revisão de trabalhos publicados sobre o tema confirmando que a gordura desempenha um papel significativo, especialmente em cânceres do aparelho digestivo e associados a hormônios.
ESTUDOS
Os pesquisadores identificaram 204 estudos publicados em 49 jornais médicos que avaliaram a relação de 36 tipos de câncer com parâmetros usados para medir a obesidade, como índice de massa corporal (IMC), ganho de peso e circunferência abdominal e descobriram uma forte associação entre o IMC e o risco de cânceres esofágico, de medula óssea, cólon (em homens), reto (também em homem), do trato biliar, pancreático, renal e endometrial (em mulheres pós-menopausa). A cada 5 kg a mais no IMC, o risco de desenvolvimento de câncer aumentou de 9% (caso dos tumores colorretais em homens) a 56% (cânceres do trato biliar).
Em mulheres pós-menopausa que nunca fizeram terapia de reposição hormonal, o ganho de 5 kg aumentou em 11% a incidência de câncer de mama. Nesse mesmo público, a cada 0,1 de aumento na relação circunferência/quadril, o risco de câncer endometrial fica 21% maior. O ganho de peso e o IMC também tiveram associação direta com tumores gástricos, de bexiga, ovário e mieloma múltiplo.