Na próxima sexta-feira (17), sábado (18) e domingo (19), 49 municípios da área da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros — correspondentes a 90,74% do total — confirmaram a realização do “Dia D” da Campanha Nacional de Multivacinação. Voltada a mais de 336 mil crianças e adolescentes menores de 15 anos no Norte de Minas, a iniciativa, coordenada pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), tem como objetivo atualizar as cadernetas de vacinação e prevenir a reintrodução de doenças imunopreveníveis. Em Montes Claros, o evento será aberto às 7h, na área externa do Ginásio Poliesportivo Tancredo Neves, no bairro Monte Carmelo.
Atualmente, 54 municípios da região apresentam coberturas vacinais abaixo das metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, com exceção da vacina BCG, aplicada contra a tuberculose. A coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, alerta para a importância de reforçar as estratégias de vacinação. “Os pais e responsáveis devem manter os cartões de vacinação atualizados para evitar o adoecimento e o risco de óbito por doenças preveníveis”, ressaltou.
Até o dia 31 de outubro, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) oferecerão 16 tipos de vacinas, entre elas as que protegem contra febre amarela, hepatites A e B, poliomielite, meningite, covid-19 e dengue, esta última disponível apenas em Montes Claros, Claro dos Poções, Itacambira, Juramento, Glaucilândia e Mirabela. Embora o foco principal seja o público infantil e adolescente, a campanha também contempla a atualização de vacinas contra sarampo, febre amarela e HPV para jovens de até 19 anos.
A pneumopediatra Oriana Vieira Carneiro Brant alerta que a queda na vacinação nos últimos cinco anos aumenta o risco de retorno de doenças antes controladas, como sarampo, poliomielite e aumento da meningite e pneumonia, doenças graves que podem deixar sequelas permanentes. “A meningite tem caráter grave e pode causar sequelas importantes. E nós já temos vacinas disponíveis no Programa Nacional de Imunização, que são gratuitas e eficazes”, afirmou. Ela destacou ainda que o Brasil oferece vacinas contra diferentes sorotipos da meningite — A, C, W e Y — aplicadas a partir dos três meses de idade, com reforço após um ano e doses específicas para adolescentes entre 11 e 14 anos. “Nosso programa de imunização é muito completo. Vacina é prevenção, é proteção, é importante”, frisou.
Oriana também chamou atenção para a influência da desinform-ação e da polarização política na queda das coberturas vacinais. “A ciência está acima de qualquer viés político. Infelizmente, esse cenário impactou a decisão de muitos pais, mas é importante reforçar que a vacinação é uma questão de saúde pública, baseada em evidências científicas, e não de política”, declarou. Para a médica, vacinar é um gesto de responsabilidade e afeto: “A criança não pode escolher. Quem deve decidir é o pai ou a mãe, e a melhor escolha sempre será protegê-la.”
A jornalista Juliana Andrade destaca a importância da vacinação, afirma manter sempre as cadernetas dos filhos atualizadas e considera as campanhas de imunização eficazes para informar as famílias e reforçar que vacinar é um ato de amor e prevenção.
Juliana destacou que pretende levar o filho caçula, de 13 anos, para vacinar durante a campanha. “Quando não levo no Dia D, vou durante a semana, porque às vezes o posto fica muito cheio. Mas não deixo de levar. Vacina é vida, é qualidade de vida”, afirmou. Para ela e sua família, o compromisso com a imunização é natural: “Nunca tivemos discussão sobre isso. É a coisa mais natural do mundo. Tem que ir, tem que vacinar”.