Montes Claros registra 39 casos de câncer infantil

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Jornal O Norte
16/12/2016 às 07:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 15:42

Christine Antonini
Repórter

O câncer infantil é considerado uma das doenças mais graves, por atingir crianças que geralmente possuem a imunidade baixa – os mais comuns são a leucemias e os linfomas.

Diferente dos outros tipos de câncer, o infantil não está relacionado com o modo de vida ou alimentação e, sim, a disfunções genéticas. No Brasil, o câncer infantil representa 7% das mortes de crianças de um ano de idade. De acordo com a Fundação Sara (hospital referência em tratamento de câncer infantil), em Montes Claros estão sendo tratadas 170 crianças e foram registrados 39 novos casos em 2016 – do município e de cidades vizinhas.  

Segundo a oncopediatra Sabrina Eleutério, o tratamento voltado para crianças é diferente.

- O tratamento do câncer começa com o diagnóstico correto e é multidisciplinar. Deve ser feito em centro especializado em oncologia infantil e compreende três modalidades principais: quimioterapia, cirurgia e radioterapia, sendo aplicado de forma racional e individualizada para cada tipo de câncer  específico e de acordo com a extensão da doença e da tolerância do paciente.

Segundo a oncopediatra, a melhor forma para abordagem do paciente pediátrico oncológico, além do envolvimento familiar, é a multiprofissional.

- Que inclua, além do oncologista pediatra e outros profissionais médicos, assistente social, psicólogo, nutricionista, pedagogo e outros. Essa equipe especializada na área é capaz de acolher o paciente, tirar suas dúvidas, que são variadas a depender da faixa etária, e orientar quanto ao tratamento – acrescenta a médica.

DOENÇA DE CRIANÇA
Em 2013, a pequena Ana Clara, de seis anos, foi diagnosticada com leucemia aguda em estado avançado. A doença foi detectada após a mãe da menina, Vanessa Costa, perceber alguns sintomas anormais (sangramento pela boca, manchas e dor nas pernas). Vanessa conta que levou Ana em diversos médicos na cidade onde morava, Almenara, e que os especialistas disseram ser “doença de criança”, ou seja, “coisa simples”.

- Eu via que aquilo não estava certo, minha filha chorava de dor. Não fiquei satisfeita com os primeiros diagnósticos e vim para Montes Claros procurar uma resposta. Ana Clara foi internada, permanecendo dois meses seguidos na cama do hospital. Ela já estava com hemorragia interna. Morei dois anos e meio na Fundação Sara, pois não tinha como ir e voltar para minha cidade. Hoje, vivemos aqui, larguei tudo em Almenara para cuidar da Aninha – pontua Vanessa.

Ana Clara já terminou o tratamento com quimioterapia e hoje ela só faz acompanhamento para controle.

CÂNCER INFANTIL
É difícil reconhecer imediatamente o câncer em crianças, uma vez que os sintomas podem sobrepor-se às doenças e ferimentos comuns da infância. As crianças muitas vezes ficam doentes ou têm hematomas que podem mascarar os sinais precoces do câncer. Os pais devem levar seus filhos a consultas clínicas regulares e estar atentos a qualquer sinal ou sintoma incomum que persista.

Os sintomas mais comuns são: nódulo ou inchaço incomum, palidez, perda de energia, repetidas contusões, dor progressiva, andar mancando, febre ou doença que persiste em não curar, dores de cabeça frequentes, muitas vezes com vômitos, alterações súbitas de visão, perda de peso súbita.

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