Com 343 casos de dengue e 31 de chikungunya notificados em setembro, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros está intensificando o acompanhamento de municípios que nesta época do ano não costumam apresentar tantos casos suspeitos de arboviroses. O alerta foi feito no dia 3 de outubro, durante reunião da Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde (CIB-SUS), realizada em Montes Claros.
“Se fora do período sazonal das arboviroses, dezoito, de um total de 54 municípios que compõem a área de atuação da Superintendência Regional apresentam casos de arboviroses, a tendência é de que vamos iniciar 2026 com risco de nova epidemia de dengue e chikungunya no Norte de Minas”, destacou Valdemar Rodrigues dos Anjos, referência técnica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde.
Dados da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros dão conta de que entre as semanas epide-miológicas 36 a 39, sete municípios apresentam taxa de incidência acumulada de arboviroses acima de 30 casos por 100 mil habitantes. São eles: Capitão Enéas (389,85); Montes Claros (65,42); Berizal (47,61); Mirabela (36,63); Pai Pedro (36,03) Mamonas (33,35) e Lagoa dos Patos (30,18).
Para conter o avanço das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti (transmissor de dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela), em setembro equipe técnica da SRS Montes Claros esteve em Capitão Enéas. Em quatro semanas o município notificou 61 casos de dengue e chikungunya.
Durante a visita foi constatado que entre os problemas existentes no município está a falta de material de trabalho e uniformes para os Agentes de Controle de Endemias (ACEs) e a não realização de mutirões de limpeza, conforme previsto no plano municipal de contingência.
Entre as recomendações repassadas pela Superintendência Regional ao município está a disponibilização e adequação de equipamentos e uniformes aos ACE; a compra de insumos para implantar as armadilhas de ovitrampas, visando o monitoramento constante do índice de infestação predial do Aedes aegypti; aumento das coletas de amostras para exames laboratoriais de pessoas com sintomas para as arboviroses; e a realização de mutirões de limpeza.
CAPACITAÇÕES
Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora de vigilância em saúde na SRS de Montes Claros observa que “antes do início das chuvas o recolhimento e descarte correto de materiais inservíveis é fundamental para evitar a criação de ambientes favoráveis à proliferação do Aedes aegypti. Além disso, é importante que os serviços de saúde sejam organizados para atender, diagnosticar e tratar as pessoas acometidas por alguma das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, antes que evoluam para situações graves de saúde com risco de óbito”.